Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A preceptoria na estratégia saúde da família: o olhar dos profissionais de saúde
Francijane Diniz de Oliveira, Uememson da silva Soares, Ligiana Nascimento de Lucena, Mary Ane de Sousa Alves França, Ricardo Henrique Vieira de Melo, Nayara Santos Martins Neiva Melo, Antônio Medeiros Junior, Denise Lopes Timoteo Burger, Marise Soares de almeida

Última alteração: 2015-10-19

Resumo


Na cidade de Recife-PE, a rede de assistência é conhecida como rede escola, pois disponibiliza para as Instituições de Ensino Superior todos os seus equipamentos de saúde e, em especial, os profissionais que lá trabalham para a prática de preceptoria, transformando essa atividade em um componente importante da rede de serviços. O presente estudo teve como objetivo analisar a experiência da preceptoria junto as Residências Multiprofissionais em Saúde da Família no olhar dos profissionais de saúde. Trata-se de um estudo descritivo de natureza qualitativa, cujos participantes são médicos, odontólogos, enfermeiros que exerceram a preceptoria por no mínimo dois anos nas Residências Multiprofissionais em Saúde da Família vinculadas a duas Instituições de Ensino Superior. Como instrumento de pesquisa, foi utilizada uma entrevista semiestruturada e os dados foram processados mediante o auxílio do software Alceste 4.9. Os resultados apontaram quatro classes semânticas que emergiram do material textual, as quais foram divididas em dois eixos distintos: O Eixo 1, composto pela classe 4, e a Eixo 2, composto pelas classes 3, 2 e 1. A categorização levou em consideração a relação das classes entre si. Observou-se que a classe 4 apresenta a sobrecarga de trabalho como dilema da participação profissional na preceptoria, a perceber pelo jogo de palavras: conseguir, tempo, paciente, dar e complicado. Todavia, observa-se, também, que a preceptoria realiza ações de ensino-aprendizagem positivas, reforçadas através das palavras dizer, explicar e discutir. A classe 2 mostra a preceptoria como troca de experiência - momento positivo que propicia atualização teórica ao preceptor - associando às práticas profissionais executadas pelo binômio preceptor-estudante em serviços de saúde e comunidades. Nessa perspectiva, todos são beneficiados, porque a preceptoria é estruturada em torno dos aspectos dinâmicos do conhecimento, vivenciados em cenários permeados pelas necessidades de saúde das pessoas. Na classe 3, aparecem as potencialidades desta experiência; ela destaca o compromisso pessoal como o principal motivo da atuação enquanto preceptor nesta rede de formação/atenção, fundamentando-se nas palavras motivo, formação, gostar e profissionais. Por fim, porém não menos importante, há a classe 1, que sugere a importância da preceptoria como uma das estratégias para efetivar a Política Nacional de Humanização, a partir da integração ensino-serviço-comunidade, a observar pelas palavras: chega, universidade, fundamental, maneira, parceria, serviço e aluno, além de apontar as perspectivas e os desafios para a melhoria do exercício da preceptoria nos serviços de saúde. A integração ensino-serviço-comunidade pode potencializar as propostas de mudanças relativas ao modelo de atenção praticado nos serviços, mas essa relação ainda é superficial.

Palavras-chave


Ensino Superior; Preceptoria; Desenvolvimento de Pessoal

Referências


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