Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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RASTREAMENTO DE NEOPLASIA PULMONAR COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE BAIXA DOSE NO BRASIL: PROTOCOLO DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE PORTO ALEGRE
Mauricio Mello Roux Leite, Fabio Munhoz Svartman, Ana Paula Garcia Sartori, Renato Soares Gutierrez, Renata Diniz Marques, Roberta Souza Coelho, Carolina Borchardt Heidtmann, Geisa Pereira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Objetivo: Divulgar o protocolo de rastreamento de neoplasia pulmonar com tomografia computadorizada de baixa dose (TCBD) do Serviço de Pneumologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre - RS. Material e métodos: Detalhamento dos principais aspectos do protocolo desenvolvido pelos pneumologistas e radiologistas da instituição com base em revisões da literatura e adaptações à realidade local. Resultados: Foram definidos os seguintes critérios de inclusão (todos necessários): (1) idade entre 55 e 74 anos; (2) carga tabágica a partir de 30 maços-ano; (3) fumante atual ou ex-fumante que cessou o hábito há, no máximo, 15 anos. Critérios de exclusão: doença estrutural pulmonar ou comorbidade que impeça a investigação diagnóstica ou o tratamento cirúrgico-oncológico de neoplasia pulmonar.  O recrutamento é feito no ambulatório de Pneumologia, entre pacientes sem suspeita clínica de neoplasia. No momento da inclusão são coletados dados demográficos e clínicos, incluindo histórico familiar de neoplasia. Fumantes são aconselhados a cessar o tabagismo e encaminhados a ambulatório específico. A TCBD é realizada em equipamento de 16 canais (BrightSpeed; GE Healthcare, Waukesha, WI, USA), sem o uso de meio de contraste intravenoso, com os seguintes parâmetros: 120 kVp, 60mA, tempo 0,5s e pitch 1,375. É realizada aquisição única, em inspiração, com colimação de 20mm e incremento de 5mm, com posteriores reconstruções com 1,25 mm de espessura. As doses de radiação efetiva variam entre 0,8 e 1,3 millisieverts (mSv), com o produto dose-comprimento (DLP) entre 69 e 86 mGy-cm. A avaliação dos resultados da TCBD é realizada de maneira padronizada por radiologista da equipe. A classificação dos resultados segue os padrões do ACR Lung Imaging Reporting and Data System (LU-RADS). As condutas após cada TCBD (controle tomográfico, punção biópsia, abordagem cirúrgica, etc) são definidas pelo pneumologista. Entretanto, para cada caso é fornecida sugestão conforme as recomendações do LU-RADS. Casos de dúvidas sobre a melhor abordagem são discutidos em reunião multidisciplinar. Pacientes com triagem negativa na primeira TCBD repetem o exame em 1 ano. Casos com confirmação de neoplasia maligna são tratados na própria instituição. Conclusões: A implantação de protocolo estruturado de rastreamento com TCBD, baseado na melhor evidência disponível na literatura e adaptado à realidade local, contribuirá para a investigação do rendimento desta conduta na população brasileira.

Palavras-chave


RASTREAMENTO DE NEOPLASIA; CÂNCER DE PULMÃO; TOMOGRAFIA DE TÓRAX

Referências


Results of Initial Low-Dose Computed Tomographic Screening for Lung Cancer

The National Lung Screening Trial Research Team

N Engl J Med 2013; 368:1980-1991May 23, 2013DOI: 10.1056/NEJMoa1209120

 

The Lung Reporting and Data System (LU-RADS): A Proposal for Computed Tomography Screening

Manos, Daria et al.

Canadian Association of Radiologists Journal , Volume 65 , Issue 2 , 121 - 134