Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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DISPONIBILIDADE DE TESTE RÁPIDO ANTI-HIV NO BRASIL
Emerson Silveira Brito, Vanessa Daniele Mizevski, Évelin Maria Brand, Luciana Barcellos Teixeira, Marsam Alves Teixeira

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Introdução: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) altamente incidente no Brasil. Estima-se que existam 650 mil pessoas convivendo com a doença, das quais 150 mil desconhecem sua situação sorológica . Como estratégia para enfrentamento desta doença, no ano de 2011 começou a ser implantada a testagem rápida para detecção do vírus HIV com o objetivo de realizar o diagnóstico precoce possibilitando melhores perspectivas no tratamento e no controle da epidemia . Deste modo, este estudo tem por objetivo comparar a disponibilidade de teste rápido anti-HIV nas diferentes regiões do Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico observacional de cunho ecológico que buscou verificar a disponibilidade de teste rápido anti-HIV nos estabelecimentos de saúde participantes do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), ano base 2012. A análise descritiva e analítica dos dados foi realizada com o programa SPSS, onde foram selecionadas as unidades que responderam questões sobre a disponibilidade de teste rápido e estas foram agrupadas por região do Brasil. Comparações entre regiões foram produzidas utilizando-se o teste de homogeneidade de proporções baseado na estatística de qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram analisadas 38.806 estabelecimentos de saúde que aderiram ao PMAQ em 2012 e atenderam ao critério de inclusão. O total de estabelecimentos por região foi de 6.279 (16,2%) na Região Sul; 11.943 (30,8%) na região Sudeste; 2.906 (7%) na região Centro-Oeste; 3.210 (8,5%) na região Norte e 14.674 (37,8%) na região Nordeste. Quanto ao teste rápido sempre disponível foi observado em 8,5% das unidades de saúde na região Sul; 30,5% na região Sudeste; 6,2% na região Centro-Oeste; 5,4% na região Norte e 3,1% na região Nordeste (p<0,001). Em 86% dos estabelecimentos em todo país o teste anti-HIV não estava disponível. Conclusões: Os dados apresentados mostram a carência de disponibilidade de testes rápidos anti-HIV em todo o Brasil. Os achados também apontam desigualdades regionais quanto à oferta do insumo comparando-se as cinco regiões. Para o enfrentamento do HIV/AIDS, o teste rápido se constitui, atualmente, como uma das principais iniciativas, pois o conhecimento do status sorológico permite adequado aconselhamento e tratamento oportuno. Quando o teste rápido não está disponível, fica difícil estabelecer essa lógica. Apesar de a região Sul apresentar a maior taxa de prevalência de Aids do país, a disponibilidade do teste rápido anti-HIV, em 2012, ainda era pouco expressiva; há perspectivas de melhorias, portanto a continuidade deste estudo é relevante para saúde pública. É necessário um melhor gerenciamento de insumos, além de treinamento de profissionais associado ao estímulo à testagem rápida pela gestão dos municípios.

Palavras-chave


HIV; AIDS; Teste Rápido

Referências


1 Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico Aids – DST. Ano I, n.01 até semana epidemiológica 52ª, Brasília:  dezembro de 2014

2 Martins TA et al. Testagem para HIV: Estratégia Para a Prevenção e o Controle da Epidemia. Fisioterapia & Saúde Funcional. 2014; 3(20): 3-5.

3 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Manual Instrutivo. Outubro 2011.