Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Comparação por sexo dos casos notificados de coinfecção por tuberculose e aids em Porto Alegre – RS, entre os anos de 2009 e 2013
MAÍRA ROSSETTO, Évelin Maria Brand, Luciana Barcellos Teixeira, Dora Lucia Leidens Correa de Oliveira

Última alteração: 2015-12-16

Resumo


Introdução: No Brasil, a coinfecção tuberculose e Aids causa um grande número de casos de morbimortalidade, sendo que Porto Alegre é a capital brasileira com a maior frequência de casos. O Objetivo desse estudo foi caracterizar o perfil dos casos notificados de coinfecção por tuberculose e Aids em Porto Alegre, entre os anos de 2009 e 2013. Método: Trata-se de um estudo transversal que analisou dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) em tuberculose e Aids. Foram analisados os casos de coinfecção pelas duas doenças no período de 2009 a 2013, no município de Porto Alegre.  Para a análise estatística, os dados foram transportados para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), no qual realizou-se a estatística descritiva e analítica (teste qui-quadrado). Resultados: Estudaram-se 1.949 casos de coinfecção, dentre os quais 1.311 (67%) eram homens e 646 (33%) eram mulheres. Quanto à cor de pele, foram mais frequentes as mulheres não brancas (38%) e os homens brancos (70,8%), (p=<0,001). A maioria da amostra possuía até 8 anos incompletos de escolaridade (68,9%). A escolaridade não apresentou diferença estatística entre os sexos. Em relação à idade no momento de notificação da tuberculose, a média entre as mulheres foi de 40,17±10,4 anos e entre os homens 43,8±10,03 anos, (p=<0,001). Não houve diferenças estatísticas na comparação entre homens e mulheres nas situações de entrada dos casos de coinfecção (p=0,106). Notificaram-se 1.374 casos novos de tuberculose (70,2%), sendo 33,9% nas mulheres e 66,1% nos homens; nas transferências 19,5% ocorreram com mulheres e 80,5% com homens; e nos casos recorrentes e de reingresso após abandono não houve variação significativa entre os sexos. Nas situações de encerramento dos casos ocorreram diferenças estatísticas na comparação entre homens e mulheres (p=<0,002).  A cura ocorreu em 37,9% entre as mulheres e 40,9% entre os homens; O abandono ocorreu em 36,1% das mulheres e em 29,4% dos homens; Os óbitos acometeram 20,9% das mulheres e 22,8% dos homens; e a tuberculose multirresistente ocorreu em 3% das mulheres e 1,8% dos homens. Considerações: Destaca-se que mulheres não brancas adoecem mais que as brancas, ao contrário do que ocorre com os homens. A idade de notificação mais frequente foi de 30 a 50 anos para as mulheres, enquanto que nos homens foi de 34 a 54 anos. Talvez, algumas práticas relacionadas ao gênero, atribuídas as mulheres, dificultem a manutenção do tratamento, conforme demonstram os percentuais relacionados ao abandono e multirresistência.  Já em relação aos homens o elevado percentual de óbitos pode estar relacionada à dificuldade de procura serviços de saúde. Recomenda-se que as políticas de saúde levem em consideração as diferenças entre os sexos para realizar suas práticas de promoção e prevenção em saúde.    

Palavras-chave


tuberculose; aids; genero