Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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CONHECIMENTO DE JOVENS-ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO ACERCA DO HIV/AIDS
Jaciely Garcia Caldas, Fabio Pereira Soares, Luciana Pinto Oliveira, Catarina Martins Ferreira, Renata da Silva Corrêa, Tiago de Nazaré das Chagas e Chagas, Eliã Pinheiro Botelho, Bruno Diego Lima Ribeiro

Última alteração: 2016-01-06

Resumo


Apresentação: A Síndrome da Doença Imunologicamente Adquirida (AIDS) é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que promove perda progressiva da imunidade celular e, consequentemente, o favorecimento de infecções oportunistas, e nesse contexto vale destacar região Norte pelo seu alto índice. (Fauci, 2003). O Estado do Pará é o quinto lugar na região em taxa de detecção do HIV e o décimo quarto em termos de unidades federativas, ocupando o terceiro lugar na taxa de mortalidade a nível nacional, sendo que Belém é a oitava capital brasileira com maior taxa de detecção do HIV em todo o país. Entretanto, o maior destaque é em decorrência da rápida elevação do número de casos: em 2003 a taxa de detecção estava em 10 casos (x100mil habitantes), mas 9 anos depois, em 2012, essa taxa é de 26 casos (x100mil habitantes) (Brasil, 2013) Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento dos alunos do nível Médio, da Escola Estadual Dr.Justo Chermont (EEJCh) concernente à transmissão/prevenção, epidemiologia e tratamento do HIV/AIDS; Método do Estudo: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Fizeram parte do estudo alunos voluntários do ensino médio da EEJCh, localizada no município de Belém. Foi aplicado um questionário semiestruturado contendo questões fechadas dados sócio demográfico (idade, situação civil, orientação sexual, escolaridade dos pais, números de parceiros sexuais e renda familiar) sobre comportamento de risco (uso constante de preservativos, sobre o conhecimento do uso do preservativo masculino e feminino, além da frequência de testagem para o HIV). As questões visando avaliar o conhecimento sobre o HIV foram divididas em três tópicos: 1) transmissão/prevenção, 2) epidemiologia e 3) tratamento para o HIV/AIDS. Resultados e/ou impactos: Participaram da pesquisa 123 jovens adolescentes do ensino médio, sendo 86 do sexo masculino (49.71%) e 87 do sexo feminino (50.28%), com idade entre 15 e 21 anos. 48 alunos cursavam a primeira (1ª) série do ensino médio, 31 alunos a segunda (2ª) série e 44 alunos a terceira (3ª) série do ensino médio. A análise dos dados sócio demográficos dos alunos da EEJCh mostrou que 87.05% dos alunos eram solteiros e 6.36% casados. 87.95% dos alunos disseram serem heterossexuais, 5.54% homossexual e 5.38% bissexual. Em relação ao número de parceiros sexuais no último ano não foi observado diferença significativa entre os gêneros feminino e masculino, onde as alunas tiveram em média 1.62 parceiros sexuais enquanto os alunos 1.82 parceiras. No que se refere à escolaridade das mães dos alunos, 17.97% dos alunos disseram que as mães possuíam o primeiro (1º) grau incompleto, 12.91% o 1º grau completo, 10.16% o segundo (2º) grau incompleto, 10.97% o 2º grau completo, 21.21% o terceiro (3º) grau completo e 8.80% com pós-graduação completa. Em relação à escolaridade dos pais 25.63% dos alunos disseram que os pais possuíam o 1º grau incompleto, 10.36% o 1º grau completo, 7.19% o segundo grau incompleto, 12.53% o 2º Grau Completo, 8.01% o 3º grau incompleto, 18.12% o 3º grau completo, 10.89% possuíam pós-graduação incompleta e 5.1% a pós-graduação completa. Na renda salarial familiar, 34.23% dos alunos disseram ter uma renda inferior a 1 salário mínimo, 48.42% entre 1 a 3 salários mínimos, 11.87% de 3 a 5 salários mínimos e 4.72% de 5 a 10 salários mínimos. A partir da análise dos dados pode-se afirmar que o maior percentual de estudantes fazem parte da classe média baixa, sendo que seus pais apresentam 3º grau incompleto ou completo. Em relação ao uso de preservativo foi observado que os alunos do 2º ano são o que mais utilizam seguidos pelos do 3º ano e 1º ano, sendo que possuem conhecimento sobre o uso da camisinha masculina, entretanto obtiveram-se baixos índices em relação ao uso da camisinha feminina. Nossos resultados mostram que dos alunos da 1ª série 41,91% fazem o uso constante de preservativo, 58.18% dizem saber usar o preservativo masculino e 32.82% sabem usar o preservativo feminino. Já na 2ª série 40% dos alunos fazem uso constante do preservativo, 56.25% sabem usar o preservativo masculino e 15.83% sabem usar o preservativo feminino.  Para a 3ª série os resultados não foram diferentes, onde 47.5% dos alunos fazem uso constante do preservativo, 61.25% dizem saber usar o preservativo masculino e 28.33% sabem usar o preservativo feminino. Quanto ao teste para o HIV, somente 4% dos alunos da 1ª série já realizaram o teste para o HIV, sendo o percentual não muito diferente para a 2ª e 3ª série, 6,25% e 4,16%, respectivamente. Quando analisado o questionário de conhecimento do HIV, no tópico de Transmissão/Prevenção não foi observada nenhuma diferença estatística significativa para a média de porcentagem de acertos para os alunos da 1ª e da 2ª série entre os gêneros masculino e feminino, respectivamente: 1ª série: 38.81% versus (vs) 42.56%, p=0.52; 2a série: 53.85% vs. 56.82%, p=0.69. Todavia, na 3ª série os alunos tiverem uma porcentagem média de acertos superior à obtida pelas alunas: 62.73% vs. 51.52%, p=0.02. Os alunos também apresentaram uma evolução de conhecimento de prevenção/transmissão do HIV maior que o das alunas, onde os alunos na 1ª série apresentaram uma média de acerto de 38.81% os do 3º ano de 62.72%, enquanto as alunas do 1º ano apresentaram uma média de porcentagem de acertos de 42.56% de acertos e de 51.51% no 3º. Os alunos do primeiro ano possuíam um conhecimento menor do que o das alunas (epidemiologia: 19.23% vs 40.22% p= 0.02; Tratamento: 40.38% vs 56.81% p=0.15), sem nenhuma diferença entre os gêneros para o 2a e 3a séries. Todavia, o nível de conhecimento epidemiológico manteve-se constante entre os níveis escolares, enquanto o nível de conhecimento para o tratamento do HIV mostra uma evolução crescente. Considerações Finais: Pode-se afirmar que os alunos possuem uma falha no conhecimento ao que tange epidemiologia, algo que deve ser reforçado pela comunidade escolar, e pelos profissionais de saúde, além de dificuldades com relação à transmissão e prevenção que é o principal responsável pelo aumento dos índices da doença no grupo de adolescente, e é importante meio para combater a doença na sociedade. Diante disso conclui-se que se necessita de educação em saúde com alunos, principalmente ao que tange transmissão e prevenção, utilizando-se de tecnologias educativas para o repasse de informação para atrair a atenção dos estudantes e tornar o repasse de informação mais dinâmico e que resulte em alteração da atual realidade. Contudo, o profissional de saúde deve inserir-se nessa perspectiva e nesse ambiente para promover promoção em saúde para a população em questão, aliando-se com os professores e outros que fazem parte do ambiente escolar.

Palavras-chave


Conhecimento de Jovens-adolescentes; Ensino Médio; HIV/AIDS.

Referências


Brasil. Ministério da Saúde. Secretária de Vigilância Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST – Versão Final – Ano II. nº 1 –até a semana epidemiológica 26a. 2013.

FAUCI, S.A. HIV and AIDS : 20 years of Science. Nature Medicine 9 (7) :839-842, 2003.