Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Um olhar sobre a comunidade do Dom Antonio Barbosa II
Maria Betina Leite de Lima, Nayara Cristaldo Maciel, Sabrina Oliveira Cangussu, kenia Caceres Souza, Ariane Calixto Oliveira

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


Introdução: A disciplina Enfermagem Saúde Ambiental propôs a realização de um trabalho aos acadêmicos do quinto semestre do curso de enfermagem com o intuito de proporcionar uma experiência oportuna de conhecer as condições ambientais de determinada região, agregar conhecimentos referente à saúde ambiental e reforçar o conteúdo trabalhado em sala de aula.  Para desenvolver a atividade proposta foi organizada uma visita ao Bairro Dom Antonio Barbosa II que localiza – se na região urbana Anhanduzinho, Parque Lageado, no município de Campo Grande, no Estado de Mato Grosso do Sul, é um loteamento social lançado pela prefeitura no ano de 1994, com o objetivo de extinguir as favelas existentes daquela época, como sanar o déficit habitacional. Contudo o trabalho de promover habitação não teve continuidade nos anos posteriores, dessa forma as famílias que não possuíam condições financeiras para morarem em outras regiões da cidade numa habitação adequada acabaram se mudando para esse território, o que acarretou expansão irregular do lugar, que hoje é reconhecido como Dom Antonio Barbosa II, onde habita uma comunidade que vive de forma precária, sem nenhum tipo de assistência, pois o local não possui endereço, já que é ilegal. Descrição da Experiência: A disciplina Enfermagem Saúde Ambiental propôs na sua ementa a realização de uma atividade que visava proporcionar uma compreensão maior do seu conteúdo, além de demonstrar a importância de seus preceitos e conscientizar os acadêmicos sobre a relevância de promover educação em saúde ambiental não só no decorrer da graduação, mas também após o termino do curso.  A docente que ministra a matéria propôs a realização de uma visita ao bairro Dom Antonio Barbosa II, por ser um território habitado irregularmente que não possui nenhuma infraestrutura, como rede elétrica, coleta de esgoto e água tratada. Prévio ao dia combinado para realizar a visita foi explanado orientações sobre a importância de sempre andar em grupo ao abordar as pessoas, levar água e o mínimo de objetos possíveis e exposto um roteiro que deveria ser seguido, nesse material constava questionamentos que os acadêmicos deviriam fazer no decorrer da sua busca ativa e para finalizar a tarefa era necessário escrever um relatório final. Na data estipulada para a visita, que foi o dia 18 de maio de 2015 os graduandos se encontraram na universidade, o ônibus foi utilizado como meio de transporte para levar os acadêmicos até local.  Após chegar ao bairro e percorrer o lugar observou - se que as moradias são construídas de lona, madeiras, papelão e cobertas com telha amianto; algumas habitações possuem energia através de ligações irregulares da rede elétrica do Bairro Dom Antonio Barbosa; entre as moradas se nota a presença de muito lixo e animais domésticos; os habitantes da comunidade utilizam a fossa seca como banheiro e consomem água que é retirada de um poço existente naquelas proximidades.  No princípio os moradores foram hostis com a presença dos acadêmicos, o que tornava a primeira abordagem difícil, mas aos poucos acostumaram-se. Durante as entrevistas quando os habitantes foram questionados sobre o porquê vivem nessa situação responderam que não tem condições para sair daquele lugar e que seu sustento depende do lixo, sendo predominantemente catadores do lixão que também se encontra na região. Todos que residem no Dom Antonio Barbosa II não tem acesso a serviços de saúde, pois para serem atendidos precisam ser cadastrados no Sistema Único de Saúde, mas sem endereço isso não é possível, só são atendidos em unidades de pronto atendimento em casos de emergência. A comunidade é formada principalmente por mulheres e crianças. Desse modo o acesso à educação é totalmente dificultado, e poucas crianças têm a oportunidade de estudar, como também não possuem acesso nenhum a lazer. Depois da visita o grupo de acadêmicos escreveu um relatório final que apresentava todas as exigências do roteiro e após essa etapa ocorreu uma discussão sobre o diagnostico situacional da comunidade, quais são suas necessidades, as condições ambientas da região, como o meio do local em que se habita interfere significamente no modo de vida.   Impactos: Estar em contato com essa realidade de uma comunidade que não possui acesso a serviços de saúde, educação, habitação, saneamento básico, cultura, transporte e lazer em pleno século XXI, apesar de esses direitos serem assegurados pela constituição brasileira para todos os cidadãos. A impressão que passa é como se esses indivíduos que compõem a comunidade não existissem. E devido ao ambiente aonde vivem favorece a exposição dessa população a agravos de saúde complicando a situação, pois se esses adoecer não será atendido nas unidades de saúde, salvo em casos de emergência Considerações Finais: A visita ao Bairro Dom Antonio Barbosa II foi uma oportunidade maravilhosa para conhecer as condições ambientais de uma comunidade que reside numa região sem a mínima infraestrutura, totalmente exposta a agravos, pois a falta de condições ambientais adequadas interfere de maneira significativa na saúde dos indivíduos que habitam aquele local. Observou - se a importância de promover saúde ambiental, pois essa é considerada essencial a existência, já que assegura qualidade de vida visto que a sua ausência pode gerar problemas decorrentes de efeitos físicos, químicos, sociais ou biológicos, que tem o poder irreversível de afetar a saúde dessa e das próximas gerações. Assim através da visita foi possível agregar competências e conhecimentos referentes à saúde ambiental, de forma a cumprir o objetivo proposto, que era promover o contato dos acadêmicos com a realidade, a fim de que o convívio reforçasse o conteúdo apresentado em aula. Além disso, é de suma importância que todos os acadêmicos ou cidadãos tivessem acesso a comunidade Dom Antonio II, para vivenciar e retratar suas rotinas, dessa forma contribuir para formação de sua consciência como cidadão, assim ter conhecimento de que essa realidade ainda existe em nosso país, é o primeiro passo para começar agir com o intuito de promover medidas que visem mudar essa situação atual, de forma a fazer a diferença em relação ao ambiente e na vida não só dos habitantes da comunidade Dom Antonio Barbosa II, mas de todos os indivíduos que passam pela mesma situação.

Palavras-chave


(educação ambiental; saneamento básico; realidade).