Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A abordagem sexual em uma escola de ensino público: relato de experiência
Isabela Medeiros dos Anjos, Danielle Gobbo Mendonça, Isabela Guimarães Volpe, Amanda Vieira Lopes, Caroline Silva de Souza

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


INTRODUÇÃO: Sabe-se que quando o conteúdo a ser abordado na escola refere-se à sexualidade, ainda que muitos preconceitos e tabus tenham sido superados, não se fala de maneira aberta e direta, principalmente na adolescência, fase de mudanças comportamentais. Logo, abordar este tema para um público com tantas diversidades, tanto no que tange a faixa etária, quanto posição econômica e crenças religiosas é, no mínimo, desafiador. Diante disso, objetiva-se neste trabalho relatar uma experiência de educação em saúde sobre os riscos e vulnerabilidades relacionados a vida sexual de adolescentes. RELATO DE EXPERIÊNCIA: A ação foi realizada por discentes de graduação em enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em uma escola pública adepta ao modelo AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem) de Campo Grande – MS. Desenvolvemos a atividade para uma faixa etária entre 15 e 17 anos, divididos por sexo, escolhidos aleatoriamente pela escola. A fim de criar um momento propício para debate, estreitamos o vínculo pedindo uma apresentação breve de todos e, então, iniciamos a discussão. Percebemos o contato prévio por parte da maioria dos alunos acerca do assunto, bem como, alguns relatos sobre o início da vida sexual e gravidez precoce. Fazendo analogia a brincadeira “batata-quente”, os alunos respondiam a perguntas assim que a música que conduzia a mesma parasse. Inicialmente, manifestaram receio em responder devido ao teor sexual das mesmas, demonstrando timidez, porém, no decorrer da dinâmica houve interesse e disputa para participação. As perguntas foram escolhidas com base no jogo do corpo do PSE, que abordavam dúvidas comuns sobre DST’s e suas formas de transmissão, tratamento e métodos contraceptivos. Os alunos, em sua maioria, sabiam responder parcialmente ou não sabiam, e com ajuda do grupo forneciam respostas incompletas ou errôneas, fato que nos deu abertura para outras abordagens, as quais eram previstas. Dentre elas, dúvidas referentes ao uso da camisinha feminina que, para facilitar a explicação das respostas, utilizamos modelos pélvicos, tornando o assunto mais lúdico, com propósito de diminuir o preconceito acerca de um tema que é intrínseco a natureza humana. Outros questionamentos trazidos à discussão foram a respeito do tratamento da AIDS confundido com o do câncer, que requer uso de quimioterápicos, e a possibilidade de engravidar através de relação anal. Finalizamos com um recurso audiovisual, relatando a vida de um jovem aparentemente saudável, de classe média, no entanto, portador de HIV, com o intuito de mostrar que a doença não tem cara. O vídeo causou impacto aos alunos, gerando diversas reações, como semblantes de estranheza aliados a comentários inconformados, já que, se viram como protagonistas da realidade apresentada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É notável a importância da participação da enfermagem neste cenário, utilizando-se dos instrumentos básicos, visto que, os adolescentes, mesmo bombardeados por informações, as absorvem melhor quando transmitidas de forma clara, lúdica e direta. A experiência proporcionou abertura para discussões relevantes, contribuindo na mudança de comportamento dos alunos, tornando-os seres multiplicadores. Também nos serviu de aprendizado e enriquecimento devido, principalmente, a pluralidade destes, observada durante o processo através de atitudes e conversas.

Palavras-chave


Saúde sexual; Sexualidade; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Anticoncepção; Gravidez na Adolescência; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; HIV.

Referências


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