Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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FATORES ASSOCIADOS A NÃO REALIZAÇÃO DO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: OPORTUNIDADES PARA A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Brígida Cristina de Souza, Bruna Cristina de Carvalho, Géssica da Costa Andrade, Jéssica Marina de Pontes Silva, Adriana Fátima Barbosa, Luciana Alves Silveira Monteiro

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: A formulação de políticas, em nível nacional e internacional, influenciaram positivamente a qualidade da assistência à saúde da mulher, potencializando ações para a redução das iniquidades em saúde e valorizando a integralidade do cuidado junto ao público feminino. Sabe-se que o primeiro contato da mulher com o sistema de saúde é através da Atenção Primária, via Estratégia de Saúde da Família (ESF), que, conforme os preceitos do Sistema Único de Saúde, atende usuários de um território definido e busca respeitar os princípios doutrinários e organizativos. Ressalta-se que dentre os objetivos da ESF está redução da morbimortalidade e resolutividade dos problemas de saúde da comunidade adstrita, sendo a redução do câncer do colo do útero (CCU) uma das metas. Hoje tem-se que o CCU é o de maior prevalência no país, com alta na taxa de mortalidade (aproximadamente 4.800 vítimas fatais/ano) e que a detecção precoce através do exame Papanicolau – exame seguro, de baixo custo, eficaz e de fácil execução – propicia uma boa rastreabilidade citológica. Contudo, apesar de rápido e pouco invasivo, a cobertura do exame preventivo em uma ESF situada em uma região de risco socioeconômico no município de Sete Lagoas/MG é pequena, o que instigou um grupo de acadêmicas a verificar “quais os fatores associados a não realização do exame citopatológico em uma ESF?”. Dessa forma, a presente investigação tem por objetivo avaliar os fatores intervenientes da não realização do exame citopatológico em uma ESF em Sete Lagoas/MG. Desenvolvimento do trabalho Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, de um grupo de acadêmicas de instituição de ensino superior localizada em Sete Lagoas/MG. Foi aplicado um questionário, que estava condicionado a assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em um grupo de 41 mulheres moradoras da região da ESF campo de estágio na tentativa de verificar os motivos do não comparecimento para a realização do exame citopatológico nos últimos de seis meses. Resultados A faixa etária variou entre 19 a 67 anos, com média de 3 filhos/mulher. Constatou-se também que a média salarial entre as mulheres foi de R$ 995,02 e que a maioria (35,58%) possui ensino fundamental incompleto e apesar das mulheres saberem o que é o exame preventivo (78,05%) e qual a importância do mesmo (85,37%), aproximadamente metade das mulheres (56,10%) não estão com os exames em dia, seja por vergonha em realizar o exame, seja por não compareceram à consulta pelo fato do profissional ser do homem. Os resultados apontam ser relevante intensificar durante a abordagem às mulheres as informações sobre o exame preventivo. Considerações finais Percebe-se notório que a informação para o público feminino é de fundamental importância para a realização do exame preventivo, sendo necessário que toda a equipe da ESF multiplique o saber, fornecendo orientações indispensáveis através de visitas e atividades educativas junto ao público feminino. Além disso, ações motivacionais desenvolvidas pelo enfermeiro junto as mulheres da região adstrita é peça chave para melhorar a adesão ao exame preventivo, bem como a qualidade de atividades de promoção da saúde.

Palavras-chave


Colo de útero; Papel do Profissional de Enfermagem; Atenção Primária à Saúde

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