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INTRODUÇÃO: A violência doméstica caracteriza-se em um problema de saúde pública. OBJETIVOS: Promover uma atenção integral às mulheres em abortamento vítimas de violência doméstica, analisar as manifestações corporais e verbais das mulheres. METODOLOGIA: Estudo é de caráter descritivo tipo relato de experiência que foi realizado durante o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, em uma maternidade de referência em Teresina-PI. A experiência partiu-se do acompanhamento de mulheres em abortamento no mês de junho a agosto de 2014, onde houve universo total de 168 mulheres em abortamento, no decorrer da internação, promoveu-se a escuta ativa, formação de vínculos de confiança e apoio psicoemocional, onde de forma aleatória, obteve-se como amostra 11 mulheres, que relataram espontaneamente momentos de violência durante a gestação. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Identificou-se que as mulheres possuíam faixa etária entre 26 a 30 anos, raça parda, ensino médio completo, união estável e com renda de um salário mínimo. Analisou-se que 6 mulheres não possuíam acompanhantes, sendo que 5 mulheres referiram desconhecimento da família em estarem internadas. Das 11 mulheres, 4 tiveram o aborto provocado e as demais de causas desconhecidas. Foi constatado medo por parte das mulheres em serem hostilizadas pelos profissionais e também receio de os companheiros serem denunciados, não foi verificado no prontuário nada que referia à violência, sendo somente identificado após a formação de vínculo, no qual 3 relataram violência física, já as demais referiram agressões verbais pelos companheiros e destas 4 disseram que os companheiros não aceitavam a gestação. CONCLUSÃO: Verificou-se que as mulheres comentem e/ou desencadeiam o abortamento devido o contexto familiar caótico, que ainda há medo em denunciar e em alguns casos há o desconhecimento de que sofrem algum tipo de violência, sendo necessárias estratégias para identificação dos casos, uma abordagem holística e humanizada às mulheres, sem julgamentos ou juízo de valores, além de pesquisas sobre as repercussões fisiológicas do estresse físico e psicológico na gestação.

Aborto; Violência contra a mulher; Enfermagem.