Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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TRABALHADORES DE ÁREA RURAL NO VALE DO JEQUITINHONHA, MG: ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO
Luciana Alves Silveira Monteiro, Thaís Moreira Lima, Pedro Sebastião de Oliveira Lazaroni, Andréa Gazzinelli

Última alteração: 2015-10-30

Resumo


Apresentação: Capacidade para o trabalho (CT) e qualidade de vida (QV) são essenciais para o bem-estar do indivíduo. Avaliar a CT e a QV dos trabalhadores rurais pode fornecer informações valiosas para a melhoria das condições de trabalho, interferindo positivamente na saúde do trabalhador; levando a menor ocorrência de incapacitações, maior produtividade e promoção do desenvolvimento social da região rural. O presente estudo teve por objetivo analisar a qualidade de vida e a capacidade para o trabalho em trabalhadores residentes no Vale do Jequitinhonha, MG, Brasil. Desenvolvimento do trabalho Estudo transversal, realizado no distrito rural de São Pedro do Jequitinhonha, município de Jequitinhonha, MG, com 242 moradores maiores de 18 anos, de ambos os sexos que exerciam alguma atividade laborativa formal ou informal no momento da entrevista. Foram utilizados os questionários “Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT)” e “Instrumento de Avaliação Abreviado de Qualidade de Vida” para a coleta dos dados. A análise deu-se através da estatística descritiva e da Regressão via Quase-Verossimilhança com função de variância constante e função de ligação identidade.  Resultados: A população foi composta em sua maioria por mulheres (57%), com média de idade de 39,06 anos, que exerciam principalmente as funções de agricultores (19%), empregadas domésticas (14,5%) e comerciantes (13,6%). Entre os trabalhadores, 55% tiveram escore final para ICT classificado como bom ou ótimo e 11,2% categorizado como baixo. O valor médio da qualidade de vida foi de 68,94. As análises dos fatores socioeconômicos, demográficos e ocupacionais mostraram que apenas o estado civil influenciou significativamente o ICT (p=0,009). A relação entre QV e ICT mostrou que todos os domínios, assim como o índice geral da QV, estão fortemente correlacionados com o ICT (p<0,000). Considerações finais: Os resultados mostraram que quanto melhor a QV física e mental, melhor a condição da CT, evidenciando a relevância de abordar a saúde em sua integralidade. Bons ICT e escores para a QV podem trazer consequências benéficas na determinação da saúde e empregabilidade dos trabalhadores, gerando impactos positivos na produtividade, absenteísmo e nos custos sociais decorrentes das pensões por incapacidade e da assistência às doenças.

Palavras-chave


Saúde do trabalhador; Qualidade de Vida; Capacidade para o trabalho.

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