Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
GESTÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
HELENICE YEMI NAKAMURA, MARIA INÊS RUBO SOUZA NOBRE, NÚBIA GARCIA VIANNA, ELIETE MARIA SILVA
Última alteração: 2015-11-23
Resumo
Introdução: Para que sejam tomadas decisões na área da gestão do cuidado, de um determinado território mediante as necessidades da população, torna-se necessário conhecer informações sobre as condições de vida e morte da população, nos diversos grupos etários, o nível socioeconômico, contribuindo assim, na tomada de decisões para melhorar o nível de saúde de uma determinada população (BRASIL, 2002; 2006). A análise da gestão do cuidado da saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) constitui parte do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET) – Saúde da Família de uma instituição de ensino superior (IES), realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), tendo como fio condutor a integração ensino-serviço-comunidade. Este trabalho pautou-se no respeito à inclusão de todos os preceptores (profissionais de saúde da SMS), alunos bolsistas e voluntários como pesquisadores, de modo a envolvê-los na produção do conhecimento como parte de seu cotidiano, com respeito aos usuários como cidadãos cujo direito à saúde se promoverá com acesso às melhores informações e as melhores práticas de atenção à saúde. Estas informações devem ser articuladas com a promoção da saúde da população adscrita ao território e utilizadas no planejamento, gestão e avaliação dos serviços prestados (Mota, Carvalho, 2003; Andrade, Soares, 2001). Para a gestão do cuidado foram apresentados e discutidos os Sistemas de Informação em Saúde (SIS), utilizados nos CS, para identificar dentre eles aquele que fosse mais apropriado ao estudo. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, nos moldes da pesquisa participante, composto por um grupo formado por alunos bolsistas e voluntários, docentes da enfermagem e fonoaudiologia e profissionais (dentistas, educador social, enfermeiros, fonoaudióloga, médicas, psicólogos e terapeutas ocupacionais) de saúde de dez CS , localizados em três distritos de saúde (leste, norte e leste), dentre os cinco existentes no município. Em cada unidade, participante do trabalho, existem de dois a três preceptores, tendo sobre a sua responsabilidade dois alunos bolsistas. Cada tutor tem sobre sua responsabilidade de duas a três unidades. Foram estudados 12 Sistemas de Informação em Saúde utilizados no SUS. Todo o processo de trabalho foi pautado pela definição dos instrumentos e estratégias mais adequadas para o grupo, baseada em fundamentação científica e na negociação coletiva de viabilidade nos prazos acordados, com as necessárias capacitações em cada etapa da produção. Resultados e discussão O estudo envolveu cinco tutoras, 24 preceptores que são profissionais de saúde vinculados à saúde da família e 48 alunos bolsistas além de outros voluntários vinculados ao projeto. Foram estudadas e realizadas apresentações dos 12 Sistemas de Informação em Saúde (SIS): Cadastro de Usuários e Domicílios (CADCAMP) que tem como objetivo cadastrar a população do município, em especial a que utiliza os serviços de saúde da rede pública do SUS; Sistema de Informação e de Notificação de Violência (SisNOV) é um sistema informatizado, integrado, intersetorial e interinstitucional, de notificação de casos de violência doméstica contra crianças e adolescentes e de violência sexual, doméstica ou urbana, em qualquer idade ou sexo; Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) é alimentado pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória; Sistema de Vigilância (SV2) é o instrumento de registro local das Unidades Básicas de Saúde, onde são realizadas as notificações doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação; Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias na Área (SSA2) Sistema especial para gerenciamento das informações obtidas nas visitas às comunidades; Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (SispreNatal) tem por objetivo o desenvolvimento de Ações de Promoção, Prevenção e Assistência à Saúde de Gestantes e Recém-Nascidos, melhorando o acesso, da cobertura e qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência neo-natal; Sistema de informações sobre nascidos vivos (SINASC) Conhecer o perfil de nascidos vivos, oferecer subsídios para o desenvolvimento de ações para melhorar o atendimento às gestantes, identificando situações de risco e subsidiar a vigilância da criança de risco para morbimortalidade no primeiro ano de vida; Sistema de Informação de Câncer da Mulher (SISCAM) que abrange o Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISColo) e Sistema de Informação de Câncer de Mama (SISMama); Sistema de Gestão de Materiais e Medicamentos (Sig2M) e Dispensação Individualizada de Medicamentos (DIM) que são sistemas de dispensação de medicamentos no nível local e individual; Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é um instrumento para obtenção de dados de monitoramento do estado nutricional do consumo alimentar das pessoas que frequentam as Unidades Básicas do SUS; Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) coleta dados sobre óbitos, tem abrangência nacional e fornece informações sobre o perfil de mortalidade nos diferentes níveis do SUS. Após a apresentação dos SIS e revisão de literatura evidenciou-se que o SIM é um dos Sistemas de Informação mais utilizados para avaliação do nível de saúde. Os dados que compõem o SIM originam-se da declaração de óbito (DO), sendo uma das variáveis mais importantes a causa básica da morte que é um conhecimento importante para fins de prevenção. A DO é preenchida nos hospitais, nos Institutos Médicos Legais (IML), nos Sistemas de Vigilância de Óbitos (SVO) pelos médicos (Laurenti et al., 2008; Mathias et al., 2005). As informações de mortalidade continuam sendo a principal fonte de dados para se conhecer o perfil epidemiológico de uma área, analisar tendências, indicar prioridades, avaliar programas e propor ações de ações de saúde, entre outras finalidades (Laurenti, Jorge, Gotlieb, 2004). Conclusão: Concluiu-se, portanto, que o SIM é um sistema de informação apropriado para o estudo da gestão do cuidado em função de sua exatidão e fidedignidade.
Palavras-chave
Sistemas de Informação em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Sistema Único de Saúde
Referências
Referências:
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