Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Microterritórios – Uma aposta de cuidado compartilhado!
KATIA MUNIZ AMIRATI, Valéria Pereira, Valeria Barsoumian, Marcia Ramos, Sueli Azevedo, Heloísa Elaine Santos, Livia Vilela Martins, Monica Cavalcanti Alves Moura, Reginalice Cera Silva, Jorge Fouad Maalouf

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência dos encontros de microterritórios da Supervisão de Saúde Mooca Aricanduva. Em prática há um ano, as reuniões de microterritório constituem-se no encontro mensal de serviços que discutem prioritariamente casos complexos. A divisão em cinco microterritórios deu-se, principalmente, por critérios de proximidade entre serviços, representatividade variada de serviços da saúde e assistência social na região. Foi inicialmente pensada para ser um espaço de discussão de casos complexos e de alta vulnerabilidade da saúde mental e matriciamento dentro do território, e hoje encontra-se em processo de ampliação das temáticas, com a introdução de outras demandas que de alguma maneira exijam o cuidado compartilhado, a discussão em rede intersetorial e aproximação entre os serviços do território. Os encontros acontecem com representantes técnicos de vários serviços e programas da Atenção Básica e Especializada de saúde do território, como os Centros de Atenção Psicossocial Adulto, Álcool e Drogas e Infantil, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família, o Centro de Convivência e Cooperativa, o Programa de Acompanhamento da Pessoa com Deficiência, o Programa de Acompanhamento dos Idosos, as equipes de Consultório na Rua e da Estratégia Saúde da Família, profissionais das Unidades Básicas de Saúde, representantes da assessoria técnica da Supervisão, além da participação de representantes do Centro de Referência Especializado em Assistência Social, equipe técnica dos centros de Acolhida e Convivência do território, Núcleos de Proteção e Assistência Jurídica, Serviço Especializado em Abordagem Social, Defensoria Pública do Estado, entre outros. A discussão dos casos complexos pode desdobrar-se em outras reuniões e articulações que se identifiquem como necessárias, seja com áreas técnicas programáticas da Supervisão de Saúde, representantes da promotoria pública, Guarda Civil Metropolitana, Conselho Tutelar ou outros serviços públicos, além da participação dos familiares e da comunidade. Ao longo deste ano temos identificado dificuldades e potencialidades. Observamos a participação pontual e irregular de alguns profissionais e gestores neste espaço, devido à pouca flexibilidade de “agendas” para essa participação. Essa irregularidade, e muitas vezes a ausência de espaços coletivos dentro dos serviços dificulta a capilaridade das discussões do microterritório para dentro dos serviços de maneira coletiva. No entanto, percebemos que o espaço dos microterritórios favorece a aproximação entre os profissionais no seu dia a dia de trabalho, esclarece fluxos e problematiza situações, fortalecendo a rede intersetorial de cuidados e repensando o cuidado individual e coletivo, além de apontar necessidades para o território, entre outras potencialidades. Os encontros de microterritório estão constituindo-se como espaços regulares de encontro da rede intersetorial, onde os saberes complementam-se, flexibilizam-se e caminham na busca da transdisciplinaridade e de objetivos em comum: o cuidado integral e em rede do indivíduo e da coletividade. Acreditamos que os encontros de microterritórios precisam ser continuamente fortalecidos e problematizados como dispositivos de efetivação da Rede de Atenção a Saúde Mental com os gestores, a fim de garantir a participação dos profissionais de saúde neste espaço, para que seja instituído como espaço de cogestão do cuidado, tão importante quanto os atendimentos individuais. 

Palavras-chave


Microterritório; cuidado compartilhado, rede de atenção a Saúde Mental