Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
A PESQUISA-AÇÃO COMO DISPOSITIVO DE APOIO NA COMUNICAÇÃO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DO SUS EM PORTO ALEGRE
Ana Paula Cappellari, Daniel Canavese de Oliveira

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: Os modelos assistenciais e as práticas do cuidado em saúde vêm sendo modificados ao longo do tempo, alterando assim os processos de trabalho e a micropolítica relacionada entre os indivíduos (gestores, trabalhadores e usuários) de todos os níveis de complexidade dos sistemas de saúde. A implantação do SUS implicou mudanças no tocante à organização das práticas e dos serviços de saúde, porém observa-se que muitas vezes os usuários desconhecem o trabalho desenvolvido pelas equipes de saúde e parecem ter um entendimento distorcido do cuidado em saúde desconsiderando as práticas existentes. Sendo assim, a motivação para a realização deste trabalho envolve reconhecer qual é o entendimento dos usuários e trabalhadores de uma Unidade de Saúde quanto aos serviços ofertados. Objetivos: Investigar a compreensão dos usuários e trabalhadores acerca dos serviços oferecidos em uma Unidade de Saúde e apoiar a informação das práticas do cuidado e oferta de serviços utilizando técnicas inovadoras de comunicação em saúde. Desenvolvimento do Trabalho: A escolha metodológica deste estudo baseia-se na pesquisa-ação que é uma metodologia coletiva que favorece as discussões e a produção cooperativa de conhecimentos específicos sobre a realidade vivida e é caracterizada pela identificação do problema a partir dos sujeitos que identificam e o vivenciam - pesquisadores e grupo participante - para construção de movimentos consensuados de caráter social, educacional e técnico. O campo de estudo será uma Unidade de Saúde com ESF e foi escolhido em função de a pesquisadora ter sido funcionária da mesma, no período de dois anos, conhecer o território, os usuários e os profissionais da equipe e juntos terem realizado o diagnóstico dos problemas e ações prioritárias sendo considerada viável a realização de uma pesquisa-ação. O estudo será realizado junto aos trabalhadores(as) e usuários(as), através do planejamento de entrevistas com três grupos focais (trabalhadores, usuários e trabalhadores e usuários). A coleta de dados se dará por meio de observação participante com anotações em diário de campo e gravação e transcrição das entrevistas. Resultados: A proposta desta pesquisa-ação seguirá um processo dinâmico onde a relação, pesquisador/objeto pesquisado/participantes, determinará a proposta de possível intervenção com vistas a apoiar o processo de comunicação da Unidade de Saúde. A construção, ação, transformação coletiva, análise das micropolíticas que atuam nas situações e nas próprias implicações, inclusive dos referenciais de análise, serão uma produção do grupo envolvido e que determinarão o modo de intervenção que recorta o cotidiano em suas tarefas e em sua funcionalidade. Considerações Finais: A comunicação para a troca de informações entre profissionais e profissionais e usuários precisa ser vista como processo essencial para produzir vínculos, estimular o diálogo e o entendimento sobre as ofertas de serviços em uma Unidade de Saúde. O processo de pesquisa-ação é um instrumento valioso neste projeto de desenvolvimento local, pois ocorre uma construção social de conhecimento, por meio da interação e cooperação dos atores envolvidos na pesquisa.

Palavras-chave


Pesquisa-ação; Comunicação; Práticas do Cuidado

Referências


THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011. 108p.

FRANCO, T. B.; BUENO, W. S.; MERHY, E. E. O acolhimento e os processos de trabalho em saúde: o casode Betim, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 345-353, abr./jun. 1999.

DIONNE, H. A Pesquisa-Ação para o Desenvolvimento Local; Tradução Michel Thiollent. Brasília: Liber Livro Editora, 2007.

CARVALHO, S. T.; CUNHA, G. T. A gestão da atenção na saúde: elementos para se pensar a mudança da organização na saúde. In CAMPOS G. W. S et al. Tratado de Saúde Coletiva. 2. Ed. São Paulo – Rio de Janeiro: Hucitec – Fiocruz, 2009. P. 837-868.