Anais do 12º Congresso Internacional da Rede Unida
Suplemento Revista Saúde em Redes ISSN 2446-4813 v.2 n.1, Suplemento, 2016
Levantamento do atendimento odontológico realizado sob anestesia geral em pacientes com necessidades especiais de Belo Horizonte, MG
Maria Beatriz Pires de Magalhães, Helém Sueli Dias Figueiredo, Efigênia Ferreira e Ferreira, Renata de Castro Martins
Última alteração: 2015-10-30
Resumo
O tratamento odontológico sob anestesia geral muitas vezes faz-se necessário em pacientes com necessidades especiais. O objetivo deste estudo foi verificar se pacientes com necessidades especiais agendados para o atendimento odontológico sob anestesia geral na Unidade de Referência Secundária foram atendidos e contrarreferenciados para a continuação do cuidado na atenção primária. Este levantamento foi realizado no Centro de Especialidades Odontológicas Centro-Sul (CEO-CS) de Belo Horizonte, MG, onde os familiares/cuidadores de 64 pacientes com necessidades especiais agendados para o tratamento odontológico sob anestesia geral, no período de setembro de 2013 a maio de 2014, foram contactados por telefone. Documentos existentes no CEO-CS forneceram dados como nome do paciente, telefone e data de marcação do atendimento odontológico a ser realizado na Unidade de Referência Secundária Sagrada Família (URS Sagrada Família) de Belo Horizonte. Foram realizadas duas tentativas de contato telefônico em horários distintos, onde esperava-se, no mínimo, cinco chamadas para considerar o telefonema não atendido. Familiares/cuidadores de 10 pacientes com necessidades especiais (15,62%) não foram contactados por telefone nas duas tentativas realizadas. O número de telefone de um paciente estava errado (1,56%). Sete pacientes (10,93%) não foram atendidos e aguardavam nova marcação, segundo relato dos familiares/cuidadores. Duas pessoas (3,12%) que atenderam ao telefonema não souberam informar se o paciente já havia sido atendido e contrarreferenciado para a atenção primária. Dos 64 pacientes com necessidades especiais agendados para o atendimento odontológico sob anestesia geral na URS Sagrada Família, 44 (68,75%) já haviam sido atendidos. Destes, 19 (43,18%) receberam a guia de contrarreferência para atenção primária, mas os familiares/cuidadores relataram não saber o que fazer com elas, e três (6,81%) aguardavam nova marcação. A maioria dos pacientes com necessidades especiais agendados para o tratamento odontológico sob anestesia geral, cujos familiares/cuidadores foram contactados por telefone, foi atendida, mas menos da metade foi contrarreferenciada. É necessário aprimorar a interface de referência e contrarreferência do serviço, bem como, orientar os familiares/cuidadores de pacientes com necessidades especiais sobre a importância de se continuar o cuidado com a saúde na atenção primária.
Palavras-chave
Sistema Único de Saúde; Atenção primária à saúde; Atenção secundária à saúde
Referências
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