Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DA ÁGUA CONSUMIDA EM UMA NA ESCOLA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Elisete Cristina Krabbe, Bruna Braga Soares, Bianca Alana Becker Kuhn, Camila Skonieski Castro, Cristiano Darlan Bailke, Greici Soares Ferraz, Karen Taiane Santos Silva, Themis Goretti Moreira Leal de Carvalho

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Introdução: A água é um recurso natural e fundamental para a manutenção da vida no planeta terra. Sendo que somente 0,8% são próprios para o consumo humano. Além disso, esse percentual cobre o abastecimento público, a produção de alimentos e atividades de lazer (SILVEIRA, 2011). Diante desse contexto, é necessário o monitoramento periódico da qualidade da água oferecida à população. Visto que essa deverá estar livre de microrganismos patológicos e assim como de outras substâncias que potencializem danos fisiológicos, devendo ser garantido que a água apresente boas condições para uso, ou seja, esteja sem a presença de odor e coloração (BRASIL, 2006). Além disso, ingestão de água de má qualidade acarreta danos gravíssimos a quem faz o consumo e, consequentemente, a órgãos de saúde pública, pois é o principal veículo na transmissão de coliformes causadores de doenças gastrointestinais, nos quais o tratamento é de custo altíssimo (SOUSA, 2006). O estudo teve como objetivos coletar amostras de água nos bebedouros e torneiras do Instituto Estadual de Ensino Professor Annes Dias/ Cruz Alta/RS, determinando a forma, a frequência da limpeza, tratamento e a potabilidade da água consumida na escola. Metodologia: A pesquisa caracterizou-se como um estudo exploratório do tipo experimental. A coleta de dados foi realizada através do recolhimento de três amostras de água, provenientes de diferentes locais: torneira externa da quadra esportiva, bebedouro de maior acesso e torneira principal da cozinha. O procedimento de análise transcorreu primeiramente com a captação das amostras de água, e, posteriormente, com a verificação das respectivas amostras coletadas no Laboratório de Análise Ambiental da Universidade de Cruz Alta, durante dois dias consecutivos, tendo como base os parâmetros microbiológicos estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011 e os Protocolos de Microbiologia Ambiental de 2011. Como parâmetros microbiológicos, foram utilizados os coliformes totais e os coliformes fecais (termotolerantes). No entanto, com o intuito de se rastrear possíveis fontes de contaminação, ao decorrer da pesquisa foram averiguadas as condições da estrutura hídrica da escola, como também a frequência e os procedimentos de sua higienização. Ao final do estudo, os valores obtidos foram repassados aos órgãos públicos cabíveis e aos discentes, informando-os, através da disponibilização de folders, sobre a importância do consumo de água de qualidade adequada dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde e os riscos que a sua forma contaminada pode representar à manutenção da saúde do organismo. Resultados e discussão O IEE Professor Annes Dias, assim como a população e as demais instituições educacionais de Cruz Alta/RS, recebe a água previamente tratada pela Companhia Rio-grandense de Saneamento (CORSAN) do município. A escola tem dois reservatórios de água, cada um com capacidade de 3.000 litros, localizados no telhado do prédio. No entanto, não ocorreu um exame mais preciso do estado higiênico e composição desses reservatórios, pois, em virtude de não possuirmos equipamentos de proteção individual, não foi possível acessar o local onde estes reservatórios estavam fixados, sendo a análise realizada predominantemente no pátio da escola. Além disso, foi observado que a instalação hidráulica do prédio passou por reforma, ficando visível em alguns locais a substituição do encanamento. Ao fim da visitação, percebemos que o sistema hidráulico de água potável da escola está em boas condições, com realização periódica de manutenções e limpeza nos reservatórios, todas previstas na NBR 5626. Com o objetivo de se avaliar a qualidade da água consumida pelos estudantes, as amostras foram recolhidas em potes contendo um meio de cultura de transporte, respeitando todas as regras de assepsia recomendadas nos protocolos de microbiologia ambiental, e, posteriormente, armazenadas em um caixa de isopor com gelo, para então serem conduzidas até o Laboratório de Análise Ambiental da Universidade de Cruz Alta. Neste local, transcorreram os procedimentos de analise a partir de três amostras de água provenientes da torneira externa da escola, torneira da cozinha e bebedouro. Tendo com base a metodologia convencional estabelecida pelo Ministério da Saúde, para a identificação de coliformes totais e coliformes termotolerantes, as amostras foram semeadas em três placas de Petri contendo Ágar nutriente e no Caldo Lauril Sulfato Triptose- LST. Após a realização deste método convencional, apesar de não ter ocorrido o crescimento de colônias, houve necessidade de se realizar a etapa confirmatória, já que o meio LST das amostras 1 e 3 apresentaram turvação e mudança de cor. Desta forma, estas amostras positivadas foram aplicadas no caldo de EC e no caldo Verde Brilhante, porém ao final desta etapa, não houve uma visível mudança na aparência do meio de cultura, ou a formação de gás, indicando, portanto, um resultado negativo para a análise. O grupo dos coliformes totais e termotolerantes constituem-se em um grande grupo de bactérias que têm sido isoladas de amostras de águas e solos poluídos e não poluídos (SILVA & UENO, 2008). Eles estão presentes em fezes de animais de sangue quente, representando um importante indicador de contaminação, e são comumente usadas como parâmetros microbiológicos, já que conseguem desencadear diversificadas patologias nos seres humanos. Assim, ao final do procedimento de análise, as amostras comprovaram-se dentro do padrão brasileiro de potabilidade, apresentando ausência de contaminação fecal e coliformes totais termotolerantes em suas composições. Tendo em vista que a água utilizada durante o estudo recebeu um tratamento prévio e adequado, o resultado apresentou-se esperado e satisfatório. Considerações Finais: Para que o acesso à água potável torne-se possível, é de vital importância o tratamento da água, bem como a manutenção dos reservatórios e encanamentos. É fundamental oferecer uma água livre de organismos capazes de originar enfermidades, visto que a escola é um lugar de pessoas suscetíveis a doenças transmitidas pela água contaminada. No IEE Professor Annes Dias, a água utilizada e consumida apresenta ausência de contaminação fecal e coliformes totais termotolerantes, atendendo aos padrões de qualidade exigidos pelo Ministério da Saúde. Sendo assim, promovida a qualidade de vida e a prevenção de doenças que podem ser letais aos seus consumidores. Portanto, é essencial que escolas e outras instituições realizem a manutenção e o monitoramento periódico da água consumida para que possamos prevenir as doenças provindas do consumo de água contaminada, diminuindo, assim, as consequências e mortes com as doenças e gastos com a saúde pública.

Palavras-chave


Análise microbiológica. Potabilidade. Prevenção de doenças.

Referências


BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

SILVA, A. B. A.; UENO, M. Qualidade sanitária das águas do rio Una, São Paulo, Brasil, no período das chuvas. Revista Biociências, Taubaté, v. 14, n. 1, p. 82-86, 2008.

SILVEIRA JT, Capalonga R, Oliveira ABA, Cardoso MRI. Avaliação de parâmetros microbiológicos de potabilidade em amostras de água provenientes de escolas públicas. RevInst Adolfo Lutz. São Paulo, 2011; 70(3): 362-7.

SOUSA CP. Segurança alimentar e doenças veiculadas por alimentos: utilização do grupo coliforme como um dos indicadores de qualidade de alimento. Rev. Atenção Primária à Saúde. 2006.