Tamanho da fonte: 

Este estudo teve como objetivo compreender as concepções que os profissionais da enfermaria psiquiátrica possuem em relação à terapêutica oferecida e o que compreendem acerca do papel da enfermaria, no sentido de suas fragilidades e fortalezas, e distanciamentos e aproximações com as políticas públicas de saúde mental e os ideais da reforma psiquiátrica, considerando que as concepções de saúde mental permeiam a prática dos profissionais de saúde e que mesmo em serviços substitutivos pode ser repetida a lógica que leva à segregação. A abordagem adotada foi qualitativa e o tratamento dos dados foi realizado mediante a técnica de Análise de Conteúdo Temática. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário aberto, respondido pelos próprios participantes, o qual abordava temáticas referentes à formas de tratamento oferecidas pela enfermaria psiquiátrica, planejamento e avaliação das ações terapêuticas, participação do usuário de serviço de saúde mental em seu tratamento, continuidade da assistência após o período de internação e a percepção dos profissionais sobre a função da enfermaria psiquiátrica. A amostra foi constituída por sete profissionais, sendo eles da área da enfermagem, psicologia, serviço social, terapia ocupacional e psiquiatria. De acordo com os resultados obtidos, os profissionais têm se sensibilizado e incorporado conceitos decorrentes da reforma psiquiátrica, no entanto, estes podem encontrar impasses, pois o cuidado ainda mostra-se fragmentado e há espaços subutilizados para a comunicação da equipe. Nesse sentido, seria importante repensar as formas de otimização do trabalho em equipe multiprofissional, com o propósito de construir uma linguagem comum e, dessa forma, proporcionar um cuidado integral.

Saúde Mental; Serviços de Saúde Mental; Psiquiatria