Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ASSISTÊNCIA AO PARTO HUMANIZADO NO AMBIENTE HOSPITALAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Giselle de Santana Vilasboas Dantas, Tauane Fátima Silva Amaral, Antônio Souza Cruz, Marlúcia de Sousa Carvalho, Jaine Kareny da Silva, Magno Conceição das Mercês

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: No cenário brasileiro e mundial os altos níveis de cesariana, sem indicações específicas, contrariam a concepção natural e fisiológica do parto e contribuem para os elevados números de morbimortalidade em mulheres e recém-nascidos. No Brasil, o Ministério da Saúde indica a realização do parto vaginal por profissionais habilitados mediante aplicação de técnicas embasadas em referencial teórico conciso. Portanto, avaliar o contexto da concepção torna-se importante para compreender o processo de humanização do parto, especialmente na unidade hospitalar. O objetivo foi identificar o papel dos enfermeiros (obstetras e plantonistas) e dos técnicos de enfermagem, durante a assistência ao parto vaginal, enfatizando a humanização da assistência. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicos de enfermagem de uma universidade pública do interior baiano, que realizaram o estágio curricular supervisionado em um hospital regional do Sistema Único de Saúde entre os meses de março a abril de 2014. Para tanto, foram feitas leituras de livros, manuais, documentos jurídicos e artigos na base de dados da SCIELO para melhor descrição da temática. Resultados: Foi possível identificar em um período de dois meses a realização de seis partos vaginais, a atuação da equipe de enfermagem nesse momento e fatores importantes para a assistência ao parto humanizado. Foram identificados quatro aspectos negativos como: 1) a incompleta composição da equipe de saúde e execução do parto por técnicos de enfermagem sem supervisão direta de enfermeiros; 2) imprudência assistencial com o emprego da manobra de Kristeller que pode causar riscos para o binômio; 3) carência de diálogo e orientação no pré-parto aos acompanhantes; 4) ausência de um acompanhante durante o parto. O único aspecto positivo observado ocorreu durante o parto vaginal realizado pelo enfermeiro obstetra com o emprego da técnica correta. Considerações Finais: A estrutura organizacional da sala obstétrica limita a presença do acompanhante no momento da concepção, contudo este fator não é esclarecido aos familiares previamente, deixando-os frustrados por não poder fornecer suporte emocional à mulher. O emprego da manobra de Kristeller foi frequente, principalmente, por um empoderamento médico, o que permite observar a fragilidade da liderança e supervisão do enfermeiro sobre a própria equipe. Desse modo, a humanização da assistência do ponto de vista físico e mental foi negligenciado quando houve a presença de um membro da equipe médica. Portanto, é necessário mudanças na gestão assistencial para que ocorra a ruptura de paradigmas, assim como, autonomia dos enfermeiros que enfrentam essa demanda de cuidados. Os discentes puderam aprimorar o conhecimento sobre a temática por meio da revisão de literatura e tornaram-se mais críticos sobre o real papel que pretendem desempenhar ao ingressar no mercado de trabalho, optando por um atendimento centrado na qualificação profissional, embasamento teórico, escuta sensível aos clientes e liderança da equipe de enfermagem.

Palavras-chave


Parto normal. Humanização da assistência. Relato de caso.

Referências


CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução nº 223 de 03 de dezembro de 1999. Dispõe sobre a atuação de Enfermeiros na Assistência à Mulher no Ciclo Gravídico Puerperal. Rio de Janeiro: COFEN, 1999.

VELHO, M. B., et al. Vivência do parto normal ou cesáreo: revisão integrativa sobre a percepção de mulheres. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v. 21, n. 2, p. 458-66, abr-jun, 2012.

SANTOS, G. S., et al. A importância do enfermeiro no atendimento humanizado no pré-parto. Diálogos & Ciência, n. 31, p. 224-228, set, 2012.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Maternal and Newborn Health/ Safe Motherhood Unit. Care in normal birth: a practical guide. Geneva: WHO, 1996.