Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E ESCOLA NA ORIENTAÇÃO SEXUAL: UMA PERSPECTIVA DE INTERSETORIALIDADE
ALDRIN DE SOUSA PINHEIRO, LUCIA REJANE GOMES DA SILVA, MARIA BERENICE ALHO DA COSTA TOURINHO

Última alteração: 2015-11-27

Resumo


Apresentação: esta investigação abordou a temática sexualidade e orientação sexual de adolescentes e jovens pautada no exercício da sexualidade de forma cidadã. A pesquisa objetivou analisar como o trabalho de orientação sexual de adolescentes e jovens é desenvolvido na perspectiva da intersetorialidade entre saúde e educação. Desenvolvimento: foram levantadas as características pedagógicas e metodológicas utilizadas por professores e por profissionais das equipes de saúde da família de um município da Amazônia Ocidental e as perspectivas de intersecção entre a escola e os serviços de saúde para o trabalho de orientação sexual. Após a aplicação de questionários, foi utilizada a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2009) para a análise das respostas do questionário e levantamento das categorias temáticas. Resultados: foi possível observar que o trabalho de orientação sexual é caracterizado por atividades pontuais, fora da programação e motivada pela demanda dos adolescentes e jovens. A família foi considerada a principal responsável pela orientação sexual, além de exercer um papel restritivo para o desenvolvimento do trabalho nos dois setores devido aos aspectos morais e religiosos por ela abordados. O despreparo profissional emergiu como um dos fatores determinantes para a não realização do trabalho de orientação sexual na escola, devido à falta de apoio institucional para a educação permanente e recursos didáticos. As perspectivas para o trabalho intersetorial pontuadas pelos participantes ficaram limitas às ações já existentes na prática, como as palestras, projetos, dentre outros. Apenas um professor sugeriu uma proposta concreta de ação, inserindo o orientador educacional como agente ativador. Foram sugeridas com base no referencial teórico pautado em Paulo Freire, algumas estratégias a serem utilizadas pelos dois setores. Considerações finais: a intersetorialidade entre saúde e educação como alternativa para o desenvolvimento do trabalho de orientação sexual parece ainda flutuar no campo das ideias e amarrada apenas nos discursos e, apesar de algumas iniciativas governamentais como o SPE e PSE estimularem a intersetorialidade, estes não têm dado conta da complexidade que envolve a sua legitimação nas escolas e nos serviços de saúde. É necessário que ações de educação permanente e de desenvolvimento de estratégias para o trabalho da orientação sexual sejam estimuladas.

Palavras-chave


Orientação Sexual; Políticas Públicas; Intersetorialidade

Referências


BARDIN, L. Análise de conteúdo. Edições 70. Lisboa/Portugal. 2009.