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O Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente-NESA da Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ é uma referência nacional na atenção integral à saúde do adolescente e jovem e está organizado segundo os níveis de atenção primária, secundária e terciária. Desenvolve suas ações por meio de Programas e Projetos, articulando ensino, assistência, pesquisa e extensão, através de equipe multidisciplinar, composto por diversos profissionais: médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, dentre outros. Constitui-se num importante campo de formação profissional e de produção de conhecimento na atenção integral à saúde do adolescente e na construção de políticas públicas. O “Projeto Alimento é Saúde”, coordenado pelo voluntariado do HUPE há mais de 10 anos, consiste na distribuição de bolsas de alimentos mensais aos usuários dos diversos programas do HUPE, numa concepção ampliada de saúde, visa através da doação de alimento reduzir os danos causados pela falta deste no processo saúde doença. Para inclusão no Projeto os adolescentes são encaminhados por equipe multiprofissional ou demanda espontânea. O Serviço Social faz uma avaliação, visando à inclusão dos adolescentes no projeto e aqueles incluídos no programa permanecem por três meses e são reavaliados após esse período. Para entendermos melhor essa demanda, tivemos como objetivo principal traçar o perfil desses usuários e de suas famílias, e com isso, repensar os critérios de inclusão e reavaliação e as possibilidades de atuação com essas famílias de forma integrada às políticas sociais. Desta forma, utilizou-se como Metodologia de Pesquisa a entrevista social, através de questionário semiestruturado, com análise de 20 entrevistas. A pesquisa foi realizada no mês de janeiro de 2015, através da análise do perfil dos usuários incluídos até dois anos anteriores a essa data. O projeto fornece até 20 cestas de alimento aos adolescentes e seus familiares que são atendidos no NESA. E tem como critérios de inclusão a renda, ou seja, famílias em vulnerabilidade social pela hipossuficiência econômica. Analisando o perfil desses adolescentes: 60% tinham entre 16 e 17 anos. 85% do sexo masculino e 15% do sexo feminino; 80% moravam no Município do Rio de Janeiro e 20% na Baixada Fluminense. A maioria dos adolescentes tinha incompatibilidade entre série e idade. Já em relação à composição familiar, 70% possuem até 5 membros. Sendo que 25% apresentam renda familiar de até um salário mínimo- S/M; 35% de 1a 2 S/M; 10% de 2 a 4 S/M. Na permanência no Projeto, 55% tinham de 1 a 2 anos; 20% de seis meses a um ano e 25% até seis meses. Após análise do perfil verificamos que as famílias permanecem no programa por longo tempo, apesar da proposta do voluntariado ser de apenas três meses, não verificamos uma mudança significativa nas condições econômicas das famílias, que permitissem a saída do projeto. Apesar de grande parte das famílias estarem incluídas em programas de transferência de renda, como BPC e Bolsa Família, concluímos que a dificuldade de acesso a direitos fundamentais se dá pela falta de políticas sociais direcionadas a esta população que consigam dar conta de suas reais necessidades.    

Saúde, Adolescente, voluntariado