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O presente trabalho visa apresentar reflexões sobre a proposta de educação interprofissional (EIP) na formação em saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), compondo pesquisa vinculada ao mestrado do Programa de Pós-graduação em Ensino na Saúde (PPGENSAU) da Faculdade de Medicina/UFRGS. Proposta pela Coordenadoria de Saúde (CoorSaúde), a atividade de ensino ‘Práticas Integradas em Saúde I’ iniciou no primeiro semestre de 2012, sendo oferecida aos 14 cursos da área da saúde em caráter eletivo de quatro créditos (60 horas). Tem como premissa as vivências integradas, interdisciplinares e multiprofissionais em cenários de prática no Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente em Unidades de Saúde da Família/Atenção Primária do Distrito Docente Assistencial Glória-Cruzeiro-Cristal, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. São oferecidas quatro vagas por curso, sendo as turmas divididas em oito estudantes de diferentes cursos da saúde, com apoio de dois professores tutores (grupo de tutoria). Além das atividades de imersão no território, com o acompanhamento de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), a atividade contempla momentos de concentração entre todos os envolvidos, integrando docentes, estudantes e profissionais dos serviços de saúde. Como a vivência entre diferentes profissões impacta sobre a prática de cada curso? Como os docentes se constituem interprofissionalmente? Como transformar iniciativas multiprofissionais em práticas colaborativas de EIP? O que muda na formação desses estudantes? Essas são algumas das questões formuladas para esta dissertação de Mestrado, a qual pretende analisar a atividade de ensino ‘Práticas Integradas em Saúde I’, por meio de uma abordagem qualitativa de pesquisa (estudo de caso). A coleta de dados incluirá a realização de entrevistas individuais e coletivas (grupo focal) com estudantes matriculados na atividade no período de 2012 a 2015, docentes e gestores envolvidos, além da análise documental e observação. Iniciada em 2015/1, a pesquisa em andamento tem identificado a relevância da EIP nos modelos de formação na graduação em saúde. A revisão de literatura sobre a EIP mostra que tais práticas são importantes para a formação de profissionais de saúde melhor preparados para o trabalho em equipe e o trabalho colaborativo. O movimento da pesquisa tem apontado que existem poucas iniciativas da EIP no Brasil, e apenas o curso de graduação em Medicina prevê essa proposta em suas Diretrizes Curriculares Nacionais. A educação e o trabalho interprofissional constituem-se uma valiosa ferramenta para a formação de profissionais preparados para atender as complexas necessidades de saúde da população. Nesse sentido, a ‘Práticas Integradas em Saúde I’ apresenta-se como uma atividade de ensino com potencial para a inovação do ensino na saúde. Os resultados encontrados com esta pesquisa devem permitir a compreensão de como está se desenvolvendo a proposta de EIP na UFRGS, analisando seus limites e potencialidades, bem como as possibilidades pedagógicas que poderiam ser empreendidas para potencializar a EIP e o trabalho colaborativo em saúde.

ensina na saúde; currículo; educação interprofissional