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Apresentação: a saúde do trabalhador enquanto política pública de saúde configura um desafio permanente para o desenvolvimento técnico-operacional das práticas de saúde. Esse desafio pode ser observado em todos os níveis de atenção, na assistência, na vigilância em saúde, no tratamento das informações, bem como na gestão dos serviços, na condução de políticas locais e programáticas, e até mesmo na formação e na educação permanente dos profissionais da saúde (VASCONCELLOS; MACHADO, 2011). A educação permanente nos serviços de saúde pode ser um potente instrumento para reduzir o descompasso entre a orientação da formação dos profissionais de saúde e os princípios, as diretrizes e as necessidades do SUS (DIAS et al., 2011). O objetivo deste estudo foi conhecer as ações de saúde do trabalhador desenvolvidas na Atenção Básica e verificar se os processos de educação permanente da Atenção Básica contemplam a temática saúde do trabalhador em um município da região oeste de SC. Desenvolvimento do trabalho: trata-se de um estudo descritivo com enfoque qualitativo, que teve como cenário cinco centros de saúde da Atenção Básica do município de Chapecó/SC, que contemplaram os territórios de saúde definidos pelo município. Participaram da pesquisa os coordenadores e os profissionais da recepção dos centros de saúde, totalizando 10 sujeitos. A coleta de dados foi feita por meio entrevista semiestruturada e utilizou como técnica de análise a Análise de Conteúdo. Resultados: os relatos dos entrevistados revelaram que, dentre as diversas ações em saúde do trabalhador preconizadas pelo Ministério da Saúde, apenas as notificações de agravos relacionados ao trabalho (acidentes de trabalho e doenças ocupacionais) estão sendo desenvolvidas. A notificação de agravos relacionados ao trabalho foi o assunto mais discutido nos serviços de saúde da Atenção Básica, segundo depoimentos. Quanto às rotinas de trabalho na Atenção Básica, estas apresentam-se centradas em atendimentos ao usuário, mediante agendamento, e as ações desenvolvidas nos centros de saúde contemplam os programas de saúde básicos. Os depoimentos dos entrevistados referenciaram, ainda, a existência de atividades educativas em suas rotinas de trabalho, entretanto, estes não as caracterizam como ações de educação permanente em saúde. Com base nos depoimentos, os vários aspectos relacionados às ações de promoção, prevenção e assistência ao usuário “trabalhador” são parcialmente contemplados nas pautas de debate da Atenção Básica. Ainda, as possíveis dificuldades enfrentadas para a realização de ações em saúde do trabalhador são atribuídas pelos entrevistados ao pouco conhecimento a respeito do tema, situação esta que se converte em um forte argumento para justificar a deficiência no desenvolvimento dessas ações. Considerações finais: torna-se imprescindível que as equipes de saúde da Atenção Básica estejam sensibilizadas e capacitadas permanentemente para desenvolver ações em saúde do trabalhador e assumir tais atividades em suas práticas cotidianas de trabalho.

Saúde do Trabalhador; Educação Continuada; Sistema Único de Saúde; Atenção Primária à Saúde