Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A VIVÊNCIA NA FACILITAÇÃO EM METODOLOGIAS ATIVAS
Juliana Delalibera Thobias Mendes, Francinara Lima da Silva

Última alteração: 2015-10-19

Resumo


APRESENTAÇÃO Este relato de experiência reflete o processo de ensino aprendizagem de um docente no processo de formação de profissionais de saúde do SUS durante o curso de especialização latu sensu em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde - GCRS e o concomitantemente o seu processo de formação na Especialização Processos Educacionais na Saúde - EPES, no período de 2013 e 2014 em Manaus/Amazonas, concebidos pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa que ocorrem em ondas de formação em diversas regiões do Brasil. Destacam-se ainda, sentimentos importantes vivenciados nos processos ensino aprendizagem, que influenciaram na transformação pessoal e profissional da facilitadora. Os cursos são desenvolvidos em parceria com o Ministério da Saúde, por meio dos projetos de apoio ao Sistema Único de Saúde, vinculados ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (BRASIL, 2009), cujo foco principal é a qualificação profissional nas áreas de gestão, educação na saúde e atenção à saúde. Esses projetos utilizam currículos orientados por competência e metodologias ativas, além de diversificadas estratégias como a aprendizagem baseada em problemas, problematização e a aprendizagem baseada em equipes. Seguindo uma abordagem construtivista de educação, o que tem contribuído para o fortalecimento da prática pedagógica fundada nos princípios da liberdade, autonomia, respeito e crítica (BRASIL, 2007). PALAVRAS CHAVES: Educação em Saúde; Metodologias ativas de ensino aprendizagem; Trabalho em Saúde. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: A educação deve promover uma vivência do todo ao ser humano, da interdependência e da transdisciplinaridade, além de possibilitar a construção de redes sociais e de mudanças (MITRE et al., 2008). O processo de facilitação iniciou-se em ondas de formação, primeiro com um curso de aprimoramento, Capacitação em Processos Educacionais em Saúde - CPES, onde 10 aprendizes estavam em formação de facilitadores objetivando a condução de três cursos diferentes: Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde, Regulação em Saúde no SUS e Educação na Saúde para Preceptores do SUS na região de Manaus. Após quatro meses de aprimoramento, a facilitadora iniciou a sua facilitação no curso de GCRS, responsável pela capacitação de 18 especializandos, divididos em dois pequenos grupos. Simultaneamente ao curso de GCRS, ocorria o curso de pós-graduação EPES, onde as facilitadoras dos três cursos tinham a oportunidade de relatar suas reflexões acerca da prática de facilitação, em um espaço de atividades dialógicas promovidas por uma gestora de aprendizagem, cujo papel era potencializar o aprendizado por meio da diversidade de experiências, num processo de educação permanente, realizado durante os nove meses do curso. O processo de Educação Permanente - EP fundamentou-se na reflexão das fortalezas e fragilidades das práticas de facilitação. Os encontros eram caracterizados pelo compartilhamento e acolhimento das conquistas, dúvidas e angústias; e pela postura aberta a escuta dos integrantes do grupo. Os encontros foram realizados em espaços coletivos que possibilitaram a articulação dos atores envolvidos neste processo, e que as percepções deles fossem transformadas ao mesmo tempo que o grupo construía a sua identidade grupal. A Educação Permanente é um “processo ininterrupto de aprofundamento tanto da experiência pessoal como da vida coletiva, que se traduz pela dimensão educativa de cada ato, cada gesto, cada função, qualquer que seja a situação em que nos encontramos, qualquer que seja a etapa da existência que estejamos vivendo” (FURTER, 1974, p. 79). Durante os cursos de Pós-Graduação utilizou-se as metodologias ativas por terem uma concepção educativa que estimula processos de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, no qual o educando participa e se compromete com seu aprendizado (SOBRAL e CAMPOS, 2012). A abordagem em metodologias ativas trouxe novas perspectivas para os processos de ensino-aprendizagem da facilitadora, através da criação de um ambiente favorável para sua exposição de ideias, pensamentos e sentimentos da sua prática de facilitação vivenciada no curso de GCRS, e despertou para a construção coletiva com os seus alunos, ou colegas facilitadores, de novos conhecimentos, a partir dos conhecimentos prévios que cada indivíduo dispõe. Isso ocorreu por intermédio das estratégias educacionais utilizadas como, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em equipe e problematização, que são combinadas com a construção de Projetos Aplicativos, Portfólios reflexivos e de Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC. Tais estratégias estimularam os profissionais da saúde, especializandos, a construir e ressignificar saberes, ampliando suas capacidades de compreensão, análise, síntese e avaliação. O participante é o protagonista do seu processo de ensino-aprendizagem e reflete sobre sua prática de trabalho numa experiência focada na relação que envolve tanto o educando quanto o educador. Nesse sentido, “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Esse círculo virtuoso alimenta o processo educacional pautado na interação entre o sujeito que aprende e o mundo (FREIRE, 2013 p.25). IMPACTOS: O processo de facilitação transformou-se em um marco na vida da facilitadora e dos seus especializandos do curso de GCRS, por possibilitar mudanças de mundo e apresentar um leque de novas estratégias educacionais. A análise crítico-reflexiva do exercício em Problematização, em Aprendizagem Baseada em Problemas e em Aprendizagem Baseada em Equipes possibilitou questionamentos e reflexões sobre os métodos educacionais, os quais, a facilitadora havia vivenciado durante toda a sua vida. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os processos de ensino-aprendizagem despertaram a autonomia e competência dos sujeitos em processo, promoveu a análise crítica sobre sua realidade e seu próprio desempenho, pois ampliou horizontes para o novo, contribuindo para a aquisição de novos conhecimentos, favorecendo a interação dos indivíduos dos mais diversos níveis de conhecimento.

Palavras-chave


Educação em Saúde; Metodologias ativas de ensino aprendizagem; Trabalho em Saúde.

Referências


BRASIL. Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social; altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivos das Leis nº 8.212, de 24 de julho de 1991, nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996, nº 9.732, de 11 de dezembro de 1998, nº 10.684, de 30 de maio de 2003, e da Medida Provisória nº 2.187-13, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL, Portaria nº 3.276, de 28 de dezembro de 2007. Estabelece que as instituições que optarem por desenvolver projetos de apoio ao desenvolvimento institucional do Sistema Único de Saúde - SUS deverão atender as etapas de habilitação e a apresentação de projetos.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 45 ed; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

FURTER, P. Educação permanente e o desenvolvimento cultural. Petrópolis: Vozes, 1974.

MITRE, et al. Metodologias ativas de ensino e aprendizagem na formação profissional em saúde. Ciências & Saúde Coletiva, 13 (sup 2):2 133-2144, 2008. Disponível em: < http://www.scielosp.org/pdf/csc/v13s2/v13s2a18.pdf> Acesso em: 30/08/2015.

SOBRAL, F. R.; CAMPOS, Claudinei J. G. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP. São Paulo: 2012. 46(1):208-18 Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/v46n1a28.pdf> Acesso em: 23/08/2015.