Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Que atuação possível em uma clínica-escola desconectada do SUS?
Taís Bleicher

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Este trabalho é um relato de experiência a partir do projeto “Clínica psicanalítica de crianças e adolescentes com transtornos graves de desenvolvimento”, vinculado ao departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará – UFC – e realizado no espaço de sua clínica-escola, em parceria com o Centro de Referência à Infância – INCERE. Busca-se tratar especificamente da (in) possibilidade de atuação territorial em Saúde no modelo de extensão universitário, desconectado do Sistema Único de Saúde – SUS. A recente vinculação dos cursos de graduação de Psicologia ao âmbito sanitário, vinculando-o às diretrizes do Ministério da Saúde, teve forte impacto sobre o perfil dos cursos recém-criados de graduação em Psicologia em todo o território nacional, já que os obrigava à vinculação ao SUS, especialmente, por meio de suas práticas. Entretanto, não foi dado prazo para que os cursos criados antes de tal determinação se adequassem ao novo modelo. Cursos de maior tradição histórica no cenário do ensino de Psicologia permaneceram alheios às mudanças necessárias à formação concatenada às políticas públicas atuais, como é o caso da Universidade Federal do Ceará, que permanece com formação desvinculada das políticas públicas. Nesse cenário, foi criado o projeto de extensão citado. Inicialmente, buscou-se atender crianças e adolescentes inscritos na própria clínica-escola de Psicologia da UFC, ampliando posteriormente o atendimento para o público dos dois Centros de Atenção Psicossocial infantis de Fortaleza, que estavam sem acompanhamento terapêutico. Atualmente, o projeto também recebe encaminhamentos da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social – STDS. Embora o projeto funcione como um bom ambulatório para aqueles que possuem meios de chegar ao local de atendimento, a desvinculação organizacional e estrutural em relação à rede sócio sanitária gera reflexões sobre o modelo de extensão universitária, seu formato de prestação de serviços e as dificuldades de uma clínica não territorial, apartada da equipe interdisciplinar que pode atuar nas dificuldades que se manifestam na comunidade de origem do paciente.

Palavras-chave


Território; Extensão Universitária; Clínica-Escola