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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) reestruturou seu currículo em 2005, pautando-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e nas políticas de saúde do Brasil, prevendo um ensino mais integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Diante da importância que tem a definição do perfil profissional de egressos para a avaliação dos processos de mudanças curriculares na saúde, esta pesquisa propôs-se a analisar o perfil do estudante do último semestre do curso diurno de Odontologia da UFRGS, no período de 2010 a 2014. Trata-se de um estudo observacional transversal descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade, cuja coleta de dados foi realizada pela aplicação de questionário semiestruturado incluindo aspectos voltados para: perfil sociodemográfico do estudante; ingresso/percurso/avaliação do curso de Odontologia; pretensão de atuação profissional e realização de pós-graduação após o término do curso. Participaram do estudo 325 estudantes (taxa de resposta de 88,1%). Em sua maioria, esses estudantes são jovens (76,3% entre 21 e 25 anos), mulheres (60,3%), solteiros (96,3%), sem filhos (96,3%), naturais do Rio Grande do Sul (92,3%) e com renda familiar acima de 6 salários mínimos (73%). Não passaram no primeiro vestibular para Odontologia (64,6%) e não iniciaram outro curso de graduação (82,2%). Não possuem dentista na família (66,2%). Seus pais estão trabalhando (pais: 64,7 e mães: 60,3%) e possuem ensino superior completo (pais: 51,7% e mães: 57,9%). Os principais motivos da opção pela Odontologia foram a realização pessoal/profissional, seguida da segurança e tranquilidade no futuro/posição social e conforto financeiro. Ao término do curso, os estudantes estavam satisfeitos com a escolha profissional (95,1%), nunca realizaram trancamento de matrícula (88%) e não reprovaram (87,1%), demonstrando, assim, um baixo percentual de retenção. O curso foi avaliado como bom ou ótimo (93,8%) e seu tempo de duração de 10 semestres foi considerado adequado (82,7%). Os estudantes pretendem trabalhar aliando setor público e privado (50,5%). Quando perguntados se atuariam em uma equipe da Estratégia Saúde da Família, 52,3% responderam que sim, observando-se um aumento dessa resposta por turma no período avaliado. Pretendem continuar se atualizando após a graduação (96%), realizando especialização (52,6%), mestrado e doutorado (20%) no prazo de até 1 ano após a formatura (58,8%). Os resultados encontrados permitiram analisar o perfil do profissional que está sendo formado em Odontologia pela UFRGS, destacando que mais da metade dos estudantes considerou a Estratégia Saúde da Família como possível espaço de atuação profissional, o que pode refletir as transformações ocorridas no ensino superior a partir das DCN e a expansão do mercado de trabalho para a saúde bucal no serviço público. Recomenda-se a continuidade do acompanhamento do perfil dos estudantes em Odontologia, avaliando a inserção das políticas públicas e dos princípios do SUS no currículo da graduação.

estudantes de odontologia; educação superior em odontologia; educação em odontologia; Sistema Único de Saúde