Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Eles por eles: uma gama de definições sobre ser LGBT
Guilherme Ribeiro Gama, Bruno Vitiritti Ferreira Zanardo, Sonia Maria Oliveira de Andrade

Última alteração: 2015-11-04

Resumo


Desde 1990, a homossexualidade não é considerada doença, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o então “homossexualismo” do Código Internacional de Doenças (CID). Porém, estados e nações, assim como certas culturas e crenças, ainda detêm forte influência sobre a questão da aceitação do homossexual na sociedade. O indivíduo pertencente à população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) ainda recebe olhares de desconfiança, desconforto e, por vezes, aversão. A presente pesquisa visa analisar as opiniões desses indivíduos quanto à sua própria imagem, sobre o que é ser gay, lésbica, bissexual ou transgênero. Foram coletadas doze entrevistas, com indivíduos pertencentes à população LGBT, moradores de Campo Grande – MS. As entrevistas foram gravadas em áudio após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O referencial teórico utilizado para a análise dos dados foi a abordagem construcionista da psicologia social. Os resultados mostraram uma variedade de definições, algumas regidas apenas pelo desejo e/ou afeto pelo mesmo sexo, outras cursando com sentimentos de liberdade e felicidade. Alguns entrevistados apontaram para a naturalidade do ser gay, ou ainda sobre nunca terem pensado sobre o assunto. Conclui-se, assim, que os indivíduos pertencentes à população LGBT veem em si, sobretudo, figuras comuns na sociedade, cada um à sua maneira, mas todas elas convergentes para a naturalidade, com expectativas de que as demais pessoas os enxerguem da mesma maneira como eles se sentem.

Palavras-chave


LGBT; auto-identificação

Referências


  1. SPINK, M.J.P. (1996). O discurso como produção de sentido. Em: NASCIMENTO-SCHULZE, C. (org.). Novas contribuições para a teorização e pesquisa em representação social. Coletâneas da ANPEPP, v.1 (10), p.37-47.
  2. SPINK, M.J.P. (org.) (1999). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez.
  3. BRAIT, B. (org.) Bakhtin, dialogismo e construção do sentido. 2 ed. Campinas: Editora UNICAMP. 2005.