Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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A SITUAÇAO DE SAÚDE DA POPULAÇÃO RURAL BRASILEIRA ANALISADA ATRAVÉS DE INDICADORES DE SAÚDE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Matheus Schmechel de Almeida, Anibal Lopes Guedes, Lucimar Fossatti de Carvalho

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação:   Devido à diversidade dos povos brasileiros e suas peculiaridades, torna-se imperioso o estudo aprofundado dos indicadores de saúde e das reais necessidades das populações para a criação de programas e políticas que visem promover ou recuperar a saúde de forma eficiente. As populações rurais brasileiras somam 30 milhões de pessoas, o que corresponde a 15% da população total. O presente estudo buscou analisar as condições de saúde dessas populações, especialmente quilombolas, através de indicadores como:  taxa de mortalidade infantil, avaliação nutricional, acesso aos serviços, prevalência de hipertensão, taxa de obesidade e ocorrência de doenças infectocontagiosas e entendimento sobre elas.   Desenvolvimento do trabalho: Foram selecionados e revisados artigos e teses relacionados diretamente com os indicadores estudados, disponíveis em bibliotecas virtuais e compilados sob a forma de revisão bibliográfica.   Resultados:   A análise dos estudos revelou a vulnerabilidade das populações rurais brasileiras que apresentaram piores índices de saúde quando comparadas aos povos urbanos, altas taxas de desinformação e precariedade da assistência recebida. Vários aspectos foram identificados como agravantes nos fatores estudados, entre eles: grandes distâncias a serem percorridas na busca pelos serviços de saúde, presença de crenças que dificultam a compreensão de algumas doenças e, principalmente, com maior força de associação aos piores índices, as altas taxas de desinformação e o baixo nível de escolaridade da amostra estudada.   Considerações finais:   A construção das políticas e programas de saúde deve considerar os aspectos peculiares das populações rurais, principalmente as altas taxas de desinformação e a baixa escolaridade nas suas formulações para que os recursos sejam aplicados de forma resolutiva e eficiente.

Palavras-chave


mortalidade; obesidade; quilombolas; desinformação; escolaridade; rural; saúde

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