Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Avaliação das ações de saúde desenvolvidas no pré-natal no Rio Grande do Sul
Karen da Silva Calvo, Rosimeire Batista de Camargo, Évelin Maria Brand, Luciana Barcellos Teixeira, Marsam Alves de Teixeira, Emerson Silveira de Brito, Alcindo Antônio Ferla

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: A atenção materno-infantil deve ser executada na perspectiva da integralidade da saúde da mulher e com foco no Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Um pré-natal de qualidade faz-se necessário para uma gestação saudável e um parto seguro. Uma assistência pré-natal humanizada deve incluir ações de promoção de saúde específicas para o período gestacional e puerpério (1). O pré-natal de baixo risco ocorre na atenção primária à saúde (2). Dessa forma, objetivou-se avaliar a assistência pré-natal quanto às orientações de saúde recebidas pelas mulheres por profissionais de saúde da atenção primária no Rio Grande do Sul. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo (3), realizado através da análise de dados secundários encontrados no PMAQ (4). Foram incluídas somente mulheres que já ficaram grávidas alguma vez e cujas crianças tinham até dois anos de idade. Excluíram-se mulheres que estavam no estabelecimento de saúde pela primeira vez e mulheres cujo tempo de retorno ao estabelecimento era maior que 12 meses. As questões elaboradas no PMAQ transformaram-se em variáveis de um banco de dados criado no Programa Excel®, e posteriormente, os dados foram transportados para o Programa SPSS para a análise estatística. Resultados: A amostra foi constituída por 271 mulheres, com idade média de 27 ± 6 anos das quais 29,9% estavam na faixa etária entre 25 e 29 anos, e 67% das participantes se autodeclararam de cor branca. O número de consultas de pré-natal variou de 3 a 25 consultas, com média de 9,7 ± 4 consultas. Quanto ao local de atendimento, 84,6% fizeram o pré-natal na unidade básica de saúde.  Em relação às ações de promoção, 56,1% das mulheres foram informadas quanto à alimentação e ao ganho de peso na gestação; 59,8% foram orientadas sobre amamentação exclusiva até os seis meses; 58,7% receberam orientações sobre os cuidados com o recém-nascido e 46,5% sobre a importância e a periodicidade do exame preventivo do câncer de colo de útero. Menos da metade das mulheres foi informada quanto aos grupos educativos voltados para as gestantes (43,2%); e 46,1% receberam orientações sobre o local do parto. Considerações finais: Apesar da média elevada de consultas de pré-natal, ainda há falhas relacionadas às ações de promoção ofertadas às mulheres. A falta de orientação sobre o local e o trabalho de parto, pode gerar insegurança na mulher (5). A falta de orientação sobre os primeiros cuidados com o recém-nascido e amamentação exclusiva, podem impactar negativamente sobre a saúde do recém-nascido, especialmente no que tange à amamentação. O pré-natal também é um momento oportuno para orientações sobre o exame preventivo do câncer de colo de útero e somente metade das mulheres recebeu essa orientação. As orientações podem ser melhoradas para a realização de um trabalho com maior qualidade de atenção.

Palavras-chave


(assistência pré-natal; atenção primária à saúde; saúde coletiva)

Referências


1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa humanização do parto. Humanização no pré-natal e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
2. SILVEIRA, Denise Silva da; SANTOS, Iná Silva dos; COSTA, Juvenal Soares Dias da. Atenção pré-natal na rede básica: uma avaliação da estrutura e do processo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(1):131-139, jan-fev, 2001.
3. ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício L. Epidemiologia & Saúde: fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Manual Instrutivo. Outubro 2011.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.