Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

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Ações de saúde realizadas no período de até sete dias de vida das crianças nas cinco regiões do país
Karen da Silva Calvo, Audrien de Abreu Maciel, Évelin Maria Brand, Luciana Barcellos Teixeira, Marsam Alves de Teixeira, Emerson Silveira de Brito, Alcindo Antônio Ferla

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: A Saúde Integral da Criança é uma linha de cuidado prioritária no Brasil. Mesmo com o decréscimo da mortalidade infantil, ainda é elevado o número de mortes neonatais evitáveis (1), o que aponta a relevância de a Atenção Primária à Saúde (APS) preocupar-se em acompanhar o recém-nascido desde a primeira semana de vida. Na primeira consulta após o nascimento é preconizado auxiliar a família quanto à amamentação e aos cuidados com a criança, realizar exame físico completo e teste do pezinho, orientar sobre as imunizações, e também detectar aspectos de vulnerabilidade à saúde (2). Dessa forma, este estudo tem como objetivo caracterizar os procedimentos realizados na primeira consulta da criança até sete dias de vida nas cinco regiões do país. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional descritivo e ecológico (3), realizado através de dados secundários oriundos do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)(4). O bloco da “Saúde da Criança” foi respondido pelos pais durante o ano de 2012. Os critérios de exclusão consistiram em indivíduos que realizavam sua primeira visita ao estabelecimento de saúde ou já o frequentavam por um período superior a 12 meses. Para a análise estatística, os dados foram transportados do software Excel® para o SPSS® e são apresentados por estatística descritiva. Resultados: Dentre as 8.774 crianças que constituíram a amostra, 65,5% foram submetidas à consulta nos primeiros sete dias de vida, a ocorrência desta consulta foi menos frequente no Norte (47,5%) e mais frequente no Sul (71,6%). Em relação às ações, 88,3% das crianças foram pesadas; 88,3% foram medidas; 71,5% foram colocadas para mamar; 88,9% tiveram o coto umbilical examinado; e 94,7% realizaram o teste do pezinho. Analisando as frequências dessas ações nas regiões, destaca-se o Sudeste com a maior frequência de exame umbilical (89,8%), nesse item, a menor frequência ocorreu na região norte (81,8%). O nordeste destacou-se no item observação da mamada (75,1%), contrapondo a região sul, que apresentou o menor valor (62,1%). Em relação ao teste do pezinho, o Sul sobressaiu com 94,1% e o Nordeste obteve uma frequência de 74,0%. Considerações finais: É preciso atentar para o fato de que há desigualdades regionais no que diz respeito à atenção à saúde da criança, esses resultados podem estar intimamente ligados à cobertura de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que ainda não é ideal, como também à qualidade no acesso e na execução das ações de atenção à saúde da criança disponíveis nas regiões. O questionário do PMAQ-AB investigou três tópicos essenciais para o exame físico durante a primeira consulta (peso, comprimento e exame do umbigo) e, ainda assim, 10% das crianças não foram submetidas a estes exames. Faz-se necessária maior qualificação das primeiras consultas de puericultura, já que o atendimento precoce ao recém-nascido pode identificar possíveis riscos à saúde e evitar desfechos negativos no período neonatal.

Palavras-chave


(saúde da criança; atenção primária à saúde; saúde coletiva)

Referências


1. BRASIL. Ministério da Saúde. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e redução da mortalidade infantil. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33).

3. ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício L. Epidemiologia & Saúde: fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Manual Instrutivo. Outubro 2011.