Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: O TRABALHO DE UM ATOR-CHAVE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Ana Claudia Pinheiro Garcia, Rita de Cássia Duarte Lima, Maria Angélica Carvalho Andrade, Heletícia Scabelo Galavote, Ana Paula Santana Coelho, Elza Cléa Lopes Vieira, Renata Cristina Silva

Última alteração: 2015-11-23

Resumo


Apresentação: Enquanto uma proposta de reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu no cenário brasileiro baseada nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Frente à amplitude e a complexidade do papel assumido pelos agentes comunitários de saúde (ACS) na ESF, o presente estudo visa conhecer o perfil e a realidade de trabalho desses profissionais, buscando contribuir para a consolidação do SUS. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo quantitativo, realizado no estado do Espírito Santo, em 10 municípios com população superior a 50 mil habitantes, entre julho de 2012 e agosto de 2013. Foram selecionadas as Unidades de Saúde da Família com equipes completas, totalizando 121 ACS participantes do estudo, que faziam parte de equipes da ESF em que os profissionais atuavam juntos há no mínimo seis meses. Para coleta de dados foi utilizado um questionário autoaplicável estruturado por quatro tópicos: perfil do profissional, inserção e capacitação na ESF, organização do processo de trabalho na ESF e coordenação e integração na rede dos serviços de saúde e contavam com 70 questões. A análise descritiva dos dados foi realizada por meio do pacote estatístico SPSS 18.0. Resultados: Os resultados apresentam o ACS como um trabalhador híbrido que fundamenta o seu trabalho nas atribuições definidas pela Política Nacional de Atenção Básica com predomínio de atividades como: visita domiciliar, atualização de cadastro, reunião de equipe e acompanhamento dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Embora grande parte dos ACS realize o mapa inteligente e o diagnóstico de saúde, somente 13,2% identificam famílias de risco e 14,9% realizam o levantamento de problemas de saúde de sua microárea. Considerações finais: Os resultados nos levam a questionar a verdadeira finalidade do mapa inteligente e do diagnóstico de saúde, ou a forma de participação do ACS na elaboração desses instrumentos, que pode estar restrito somente à formalização da prática. Tal fato levanta dúvidas se esses instrumentos de planejamento das ações com base na definição do critério de risco estão sendo construídos com base nos nós críticos identificados pelos ACS no cotidiano de trabalho. Esta constatação pode refletir ainda a posição deste trabalhador à margem dos processos decisórios da equipe.

Palavras-chave


agente comunitário de saúde; estratégia saúde da família