Rede Unida, 12º Congresso Internacional da Rede Unida

Tamanho da fonte: 
PERCEPÇÃO DE ALUNOS E PROFESSORES SOBRE A EDUCAÇÃO SEXUAL
Lídia Andrade Lourinho, Ana Maria Fontenelle Catrib, Aline Veras Morais Brilhante

Última alteração: 2015-10-19

Resumo


Este ensaio analisa as percepções de professores e alunos sobre a educação sexual, explorando os processos sociais e as relações de poder que circunscrevem os discursos, de modo a contribuir com outro olhar sobre educação sexual de escolares, que considere os adolescentes inseridos em uma realidade complexa e subjetiva. Trata-se de um estudo qualitativo realizado com adolescentes entre 14 e 18 anos de idade de escolas públicas de Fortaleza, Ceará, Brasil. Os dados foram obtidos usando entrevistas semiestruturadas e analisados segundo os princípios da análise do discurso. Apesar do nítido interesse do Estado pela sexualidade dos adolescentes escolares, evidente a partir da proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as experiências de educação sexual empregadas nas escolas oscilaram entre medidas transversais e biologizantes e a mera ausência da temática.

Palavras-chave


Sexualidade; Adolescência, Educação sexual

Referências


ANDREAZZI, M.F.S.; KORNIS, G.E..M. Papel das reformas dos anos 90 na demanda por seguros privados de saúde no brasil: consensos e dissensos. Cad. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 201-229, 2003.

BAHIA, L. Planos privados de saúde: luzes e sombras no debate setorial dos anos 90. Ciênc. saúde colet., Rio de Janeiro, v.6, n.2, p.329-339, 2001.

BAHIA, L. As contradições entre o SUS universal e as transferências de recursos públicos para os planos e seguros privados de saúde. Ciênc. saúde colet., Rio de Janeiro, v. 13, p. 1385-1397, 2008.

BORGES, A.L.V. Relações de gênero e iniciação sexual de mulheres adolescentes. Rev. Esc. Enferm, USP, São Paulo, v. 41, n. 4, 2007.

BOSI, M. L. M. Pesquisa qualitativa em saúde coletiva: aportes aos sistemas de saúde. Ciênc. saúde colet., Rio de Janeiro, v. 17, n.3, p. 575-586, 2008.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MECSEF, 1998.

DEPTULA, D. P.; HENRY, D. B.; SCHOENY, M. E. How can parents make a difference? Longitudinal associations with adolescent sexual behavior. Journal of Family Psychology, v. 24, p. 731-739, 2010.

DURKHEIM, E. Rules of Sociological Method. Palgrave Macmillan, 1982

FAIRCLOUGH, N. Analysing discourse: Textual analysis for social research.   Routledge, 2003.

FENG, Y.; LOU, C.; GAO, E..; TU, X..; CHENG, Y.; EMERSON, M. R.; ZABIN, L. S. Adolescents' and Young Adults' Perception of Homosexuality and Related Factors in Three Asian Cities. Journal of Adolescent Health, v. 50, p. S52-S60, 2012.

FONTANELLA, BJB; LUCHESI, BM; SAIDEL, MGB; RICAS, J; TURATO, ER; MELO, DG. Amostragem em pesquisas qualitativas: proposta de procedimentos para constatar saturação teórica. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, v.27, n.2, p.389-394, 2011.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. P231-249

FOUCAULT, M. The history of sexuality, v. 1: the will to knowledge. London, Penguin Books, 1998.

FREUD, S. The ego and the id. Standard Edition. London: Hogarth Press, 1961.

FREUD, S. Three essays on the theory of sexuality. Basic Books, 2000.

FURLANI, J. Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da Educação Sexual. Educ. rev., Belo Horizonte, n. 46, pp. 269-285, 2007.

LINDAU, S. T.; GAVRILOVA, N. Sex, health, and years of sexually active life gained due to good health: evidence from two US population based cross sectional surveys of ageing. British Medical Journal, v. 340, p.c810, 2010.

LOURO, G. L. Gender and sexuality: contemporary pedagogies. Pro-Posições, v.19, n.2, p.17-23, 2008.

LOURO, G. L. Genero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petropolis, RJ: Vozes, 6 ed 2003, 179p

MALTA, D.C.; CECÍLIO, L.C.D.O.; MERHY, E.E.; FRANCO, T.B.; JORGE, A.O.; COSTA, M.A. Perspectivas da regulação na saúde suplementar diante dos modelos assistenciais. Ciênc Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 433-44, 2004.

MARTINEZ-SALGADO, C. El muestreo en investigación cualitativa: principios básicos y algunas controversias. Ciênc Saúde Colet., Rio de Janeiro, v.17, n.3, pp. 613-619, 2012.

PÊCHEUX, M. Analyse automatique du discours, Dumod, 1969

PÊCHEUX, M. Les verités de la Palice: Linguistique, sémantique, philisophie.–Paris: Maspéro, 1975.

QUADRADO, R. P. Adolescentes: corpos inscritos pelo gênero e pela cultura de consumo. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação Ambiental) – Programa de Pós- Graduação em Educação Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande, 2006.

SMSF, http://www.sms.fortaleza.ce.gov.br/microarea/geral.asp. Fortaleza, Brasil. Acesso em: 13/10/2012.

SUNAKAWA, C. Discourse Analysis. Journal of Linguistic Anthropology, v. 13, p. 261-262, 2003.

TAQUETTE, S. R. Interseccionalidade de gênero, classe e raça e vulnerabilidade de adolescentes negras às DST/aids. Saude soc, v.19, suppl.2 , p. 51-62, 2010.

UNESCO. World declaration on education for all: Article I, v. 4, 1990.

VIDAL, D. G. Sexualidade e docência feminina no ensino primário do Rio de Janeiro (1930-1940). In: BRUSCHINI, Cristina; HOLLANDA, Heloísa B. (Org.). Horizontes plurais: novos estudos de gênero no Brasil. São Paulo: Ed. 34, 1998.

WETHERELL, M. Positioning and interpretative repertoires: conversation analysis and post-structuralism in dialogue. Discourse & Society, v. 9, p. 387-412, 1998.

WHO. Ottawa charter for health promotion, Ottawa: Canada. 1986.